sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Mercado aquecido pode elevar o preço do uísque

Está perto de faltar uísque escocês no mundo. A demanda subiu mais que o esperado e os investimentos para aumentar a produção demoram até oito anos. Uma notícia que preocupa especialmente o consumidor pernambucano, um dos mais fiéis bebedores do líquido escocês. Tanto, que só do Teacher’s, líder do mercado brasileiro, Pernambuco responde por 38% de todas as vendas no Brasil.

“Não há mais uísque disponível na Escócia para suprir novos mercados, como a China. Ao contrário de outras bebidas como vodca e gim, em que a produção acompanha a demanda, o investimento em uísque demora oito anos”, disse Robert Hicks, master blender (responsável pela fórmula do uísque) do Teacher’s. O resultado é que os preços podem subir. “Todos os uísques da Escócia estão aumentando seu preço”, diz Eric Sampers, gerente da Pernod Ricard Brasil.

A Pernod é responsável pelo engarrafamento do Teacher’s no Brasil, que é feito em Suape, embora a marca seja da Beam Global. A unidade de Suape, onde trabalham 150 pessoas, engarrafa toda o produto distribuído nacionalmente. Sampers jura que a qualidade do uísque é a mesma que se encontra no Reino Unido. “É um produto de qualidade com preço muito bom”, diz.

A produção mundial de Teatcher’s é de 2 milhões de caixas, das quais Pernambuco sozinho consome 171 mil caixas. O Brasil é o segundo maior mercado do produto, com previsão para atingir 600 mil caixas. Hicks esteve no Recife comandando uma série de degustações do produto. Em marketing, a empresa pretende investir US$ 2,3 milhões este ano no Nordeste.

Hicks também afirma que não mais existe uísque de oito anos dentro do segmento standard. Segundo ele, a contagem da idade do uísque é feita pelo malte mais novo que entra na fórmula. “O blend é feito por um grão que tem amadurecimento médio de três anos e o malte que leva mais tempo. Hoje, nenhum uísque standard coloca oito anos no rótulo”, afirma Sampers.

Apesar da queda do dólar, o que em tese tornaria o uísque mais barato, a Diageo, que comercializa famosas marcas como o Johnie Walker, não baixou os preços de seus produtos. Além do crescimento mundial do setor, as condições climáticas em 2006 na Escócia não foram as melhores, o que afetou a produção da matéria-prima. (Jornal do Commercio - PE)

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