segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Ardido bom para a saúde

Princípio ativo existente na pimenta, chamado capsaicina, previne acidente vascular cerebral, enfarte agudo do miocárdio, bronquites

Pimentas. Elas inspiram sentimentos de amor e ódio. Mas, independente da paixão, podem colaborar para uma vida mais saudável.

A nutricionista Andressa Montagna, de Londrina, explica que a mesma substância que causa a ardência da pimenta é a que traz benefícios para a saúde. Por isso, segundo ela, não vale a pena tirar as sementes da pimenta para comê-la. O médico nutrólogo Edson Credidio, especialista em Gestão da Qualidade e Segurança dos Alimentos e diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), também ressalta os benefícios do alimento.

Segundo pesquisa da American Dietetic Association, o princípio ativo existente na pimenta, chamado capsaicina, previne acidente vascular cerebral, enfarte agudo do miocárdio, bronquites. Funciona também como antiinflamatório, anticoagulante e, por ser termogênico, auxilia na perda de peso. A capsaicina libera ainda uma carga de endorfina, produzindo uma agradável sensação de bem-estar. E os países que utilizam esses condimentos em suas dietas têm índice pequeno de derrames e enfartes.

Expert em pimentas Fabiana Cristina Gonçalves, de São Paulo, não se cansa de dizer: pimenta não faz mal, mas sim a forma como o condimento é usado. Fabiana acrescenta que a iguaria é rica em vitamina C e combate radicais livres, que são causadores de doenças degenerativas. Em suas pesquisas, ela descobriu que a Coréia é o país com maior consumo per capita de pimenta do mundo, e isto é associado ao baixo índice de casos de câncer entre os coreanos.

A pimenta-do-reino não proporciona esses benefícios, avisa a empresária. Ao contrário dos outros tipos, esse condimento não se dissolve no organismo, tornando-se cumulativo e podendo ser prejudicial à saúde, sobretudo para quem tem tendência a úlcera e gastrite.

Com relação às restrições de consumo das outras pimentas, o nutrólogo Credidio diz que pessoas com predisposição a hemorróidas devem evitar principalmente as vermelhas, por serem as mais ardidas. Para quem quer se beneficiar das propriedades da capsaicina e não gosta da ardência, há opção em cápsulas, indicadas por um médico.

Uma solução para não abdicar dos sabores da pimenta é consumir as chamadas ''doces'', que são suaves e sem tanta ardência, conforme observa Fabiana. Tem a biquinho, que serve como um tira-gosto de tão leve. Uma boa pedida é transformá-la em conserva para comer uma a uma. Existem ainda a cambuci e a americana, que, sem as sementes, ficam deliciosas refogadas ou na salada.

As pesquisas ainda não apontam a quantidade de pimenta que deve ser consumida por dia para se obter benefícios à saúde. O ideal, segundo Andressa, é ter bom senso: ''Como qualquer outro alimento, o exagero não faz bem. O melhor é comer quantidades pequenas regularmente'', afirma. (Chiara Papali/com Agência Estado)

Nenhum comentário: