sexta-feira, 29 de junho de 2007

Sábados no Bar do Magrão

Sábado continua rolando chorinho ao vivo no Bar do Magrão, às 14hs, com Anderson Messias (bandolim), Igor de Bruyn (violão) e Rodrigo Ramalho (pandeiro).
E, claro, peça uma bela feijoada como acompanhamento.

Santa Catarina começa a exportar vinhos finos

Depois das primeiras vendas no mercado nacional, iniciadas há pouco mais de um ano, produtores de vinhos finos de Santa Catarina começam a desbravar o mercado internacional. O empresário Celso Panceri, dono da vinícola Panceri, no meio oeste catarinense, deu início às primeiras exportações com um embarque há cerca de 15 dias para a República Tcheca. A venda internacional representa a primeiras feita das novas regiões vinícolas do Estado (Tangará, Água Doce e São Joaquim), onde houve início do cultivo de cabernet sauvigon, merlot e pinot noir, em 2000. O volume exportado, cerca de mil garrafas, é pequeno, mas Panceri acredita que poderá ser o início de uma parceria duradoura.

"Estamos abrindo as portas do mercado internacional", afirma. As exportações foram para um país que é produtor, mas entre os europeus é um dos menores. A República Tcheca já importa vinhos do Rio Grande do Sul há pelo menos três anos, mas a venda do Panceri, de um vinho chardonnay, é o primeiro teste com vinhos finos catarinenses.

Celso Panceri despachou seu primeiro lote de chardonnay para a República Tcheca, que já importa vinhos do Rio Grande do Sul



A negociação ocorreu com apoio do Programa Wines from Brazil, uma parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho e o governo federal, que por meio da Apex, apóia encontro de produtores com compradores internacionais, ajuda nos custos de exposição dos vinhos fora do país em feiras e promove encontros com formadores de opinião. Panceri, único representante de Santa Catarina no programa, diz que tem como próximo alvo a Inglaterra, depois de ter participado em maio de uma feira internacional de vinhos, a London International Wine & Spirits Fair.

A chegada ao mercado internacional dos vinhos finos de altitude de Santa Catarina começa a ser estudada também por outras vinícolas e poderá ganhar mais força entre o fim deste ano e 2008, quando Villa Francioni e Villaggio Grando pretendem também fazer suas primeiras incursões. Cada empresa tem uma estratégia diferente.

A Villa Francioni, do empresário João Paulo Freitas, presidente do conselho de administração da Cecrisa, quer chegar aos Estados Unidos, por meio de parcerias com restaurantes brasileiros como Porcão e Fogo de Chão, e em Dubai, onde tem negociado a entrada em hotéis e companhias aéreas.

A Villaggio Grando, do empresário Maurício Grando, presidente da empresa Madepinus, poderá ainda neste ano enviar as primeiras garrafas à França. Grando diz que já houve interesse de empresários franceses em levar o vinho para lá, mas ele considerou precipitado neste momento porque ainda está trabalhando seu portfólio de produtos - lançou o primeiro vinho, o Innominabile, há cerca de dois meses no mercado nacional.

"Estamos botando o olho no mercado internacional, queremos participar, mas ainda não fechamos as vendas, estamos em conversações", diz Grando. Na sua opinião, a venda externa pode trazer reconhecimento aos vinhos produzidos no Estado e inclusive resultar em uma valorização de preços. "Quando acessarmos o mercado externo, vamos mostrar que a qualidade do vinho produzido aqui é igual a de qualquer outra região do mundo já reconhecida hoje por ter bons vinhos, e muito valorizados", acredita. Além da França, fazem parte do mercado-alvo da Villaggio a Itália e os Estados Unidos. A estratégia de Grando para iniciar os contatos internacionais tem sido receber clientes da sua outra empresa, a Madepinus, na área de produção de vinhos.

A produção de vinhos finos em Santa Catarina começou a ser feita por empresários de diferentes setores e ainda são produções pequenas. A Panceri produz hoje cerca de 80 mil garrafas de vinhos finos, a Villa Francioni produz volume similar, a Grando produz 170 mil garrafas e a Sanjo, cooperativa de maçã de São Joaquim, 75 mil, que recém-lançou o seu primeiro tinto, o Maestrale.

Freitas, que também preside a Associação Catarinense de Vinhos finos de Altitude (Acavitis), com 37 associados, diz que as empresas ainda estão no início de um processo de inserção no mercado nacional, com seis produtores somente comercializando o produto, e que os projetos internacionais que já existem são direcionados a mercados que "endossem a qualidade do vinho".

Panceri, que há cerca de quatro anos se associou ao empresário Caio Pisani, e vem gradualmente focando sua produção em vinhos finos, acredita que a exportação é o caminho para os produtores, até mesmo para aqueles que têm como prioridade as vendas no mercado nacional. "Uma grande massa de consumidores brasileiros acha que os bons vinhos estão lá fora", diz ele, que acredita que ao exportar criará uma imagem positiva também dentro do Brasil. Apesar de o câmbio não estar neste momento favorável às exportações, os empresários dizem que este não é um grande problema. Panceri, por exemplo, destaca que não há contrato de longo prazo e que é possível negociar preços com lucratividade, mesmo na primeira venda. (Vanessa Jurgenfeld/Valor Econômico)

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Nosso frequentador promovido a vendedor

Preparem as panelas: a disputa é para cervejeiros caseiros

Eisenbahn vai produzir 3 mil litros da melhor cerveja em 'estilo livre'

Cervejeiros caseiros de todo País poderão colocar suas criações à prova e, melhor ainda, ter o gostinho de vê-las produzidas e vendidas em larga escala. Entre agosto e setembro, a Eisenbahn, de Blumenau (SC), e o especialista em cervejas Xavier Depuydt organizam o Concurso Mestre Cervejeiro Eisenbahn, que escolherá a melhor homebrew (cerveja caseira) entre os participantes.

Desde 2006, associações estaduais de cervejeiros caseiros já vêm organizando competições; aconteceram torneios no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O concurso da Eisenbahn, porém, terá uma inovação na premiação: o vencedor terá direito a produzir 3 mil litros de sua cerveja na fábrica da micro catarinense, com assessoria do mestre-cervejeiro Gerhard Beutling. 'O nome do vencedor estará no rótulo e ele também receberá 30 caixas da produção', afirma Juliano Mendes, diretor da Eisenbahn.

Segundo ele, a idéia é que o concurso seja de estilo livre, ou seja, todas as variedades, como lagers (baixa fermentação) e ales (alta fermentação), podem concorrer. A avaliação será feita por um grupo de jurados ligados à área, e 'às cegas' - cada concorrente só será identificado com número de inscrição.

Mendes diz que a idéia é incentivar o surgimento de novas produções cervejeiras. 'Nos Estados Unidos, muitas micros nasceram de cervejas caseiras. Na outra ponta, com variedade, o mercado de cervejas especiais também se desenvolve.' Um site com o regulamento deve ser colocado no ar nos próximos dias, e poderá ser visto pela página da Eisenbahn. Alguns pontos, contudo, segue Mendes, ainda não foram definidos - como a propriedade da receita vencedora.

NOVIDADES

Nesta semana começou a ser vendida a uruguaia Zillertal, uma pilsen. A garrafa com 330ml sai por R$ 2,65 (mais frete) no site Cervejasnet. A Bier & Wein (5643-8584) assumiu a distribuição da Urthel, cuja produção passou da Bélgica para a Holanda. Serão vendidas quatro variedades (Hop-it, Dark Ale, Tripel e Quadrium), em garrafas de 750ml, com preço estimado de R$ 29 em mercados. (Roberto Fonseca/OESP)

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Uísque com nome do consumidor vende mais

Estampar o nome do consumidor no rótulo está fazendo aumentar as vendas de uísque. A idéia, adotada em outubro pela marca escocesa The Famous Grouse, foi testada pela líder do mercado brasileiro, a Johnnie Walker, na Páscoa. Os resultados foram tão positivos que a primeira ampliou a promoção para o mercado paulista e a segunda estuda repetir a dose ainda neste ano.

A Interfood, empresa brasileira que distribui destilados estrangeiros há três anos, conseguiu quase bater a marca de 15 mil garrafas nos últimos sete meses - um resultado interessante para o The Famous Grouse, o uísque mais consumido na Escócia mas menos conhecido no mercado brasileiro.

A promoção, que já está em 60 bares das cidades de Recife, Fortaleza e Maceió funciona da seguinte forma: o consumidor João da Silva paga cerca de R$ 50 pelo uísque (de 8 anos) e recebe a garrafa com o rótulo personalizado - The Famous João da Silva.

"Vendemos muito, até para festas de fim de ano e casamentos", disse Nicholas Macchi, gerente da divisão de destilados da Interfood. O fabricante escocês Edrington, que faturou 263,4 milhões de libras em 2006, já havia testado a estratégia de personalizar a garrafa na Suécia e na Grécia. Como os resultados foram positivos, a idéia foi implantada no Nordeste, um mercado importante e que responde por cerca de 40% do consumo de uísque no Brasil. Em São Paulo, a Interfood fechou parceria com um bar, o São Pedro São Paulo, e vem conseguindo vender de 10 a 12 garrafas por dia.

Nicholas Macchi, gerente de destilados da Interfood: "Vendemos muito, até para festas de fim de ano e casamentos"


As vendas do Johnnie Walker (12 anos) cresceram 50% na Páscoa, quando a gigante britânica Diageo também ofereceu a possibilidade do comprador ter seu nome gravado na garrafa, vendida por cerca de R$ 100. A promoção foi feita como parte do programa de relacionamento aos cerca de 15 mil sócios do Keep Walking Club, o clube de uísque dos apreciadores de Johnnie Walker.

"Vamos repetir a promoção ainda neste ano", disse Eduardo Bendzius, diretor de marketing da Diageo, que investiu nos últimos 12 meses R$ 90 milhões para promover todo o portfólio de bebidas vendidas no Brasil. A verba para o ano fiscal que começará em julho, provavelmente, será maior.

Fundar um clube no restaurante Figueira Rubayat, no bairro paulistano dos Jardins, e pendurar uma medalhinha de ouro com o nome do consumidor num Chivas (18 anos) foi a forma que a Pernod Ricard encontrou, há dois meses, de personalizar a garrafa vendida por R$ 250. Além dos primeiros 18 consumidores, que receberam a medalhinha de ouro, a Pernod já registra mais 15 novos sócios, que também ganharam suas medalhas, mas apenas douradas.

A gerente da marca Chivas Regal, Ana Claudia Saba, disse que um novo clube será aberto na unidade da avenida Faria Lima do Rubayat, e em em outras casas em São Paulo e Salvador. Ana Claudia não informa o valor da verba que a marca Chivas vem recebendo, em especial em publicidade veiculada em TV e eventos, mas o aumento das vendas tem sido bastante expressivo, na casa dos 70% em relação ao ano passado.

O dólar barato também explica o consumo em alta de uísque importado. De acordo com dados da Nielsen, as vendas dos importados, engarrafados no exterior, cresceram 26% no ano passado; enquanto as dos uísques importados engarrafados no Brasil subiram apenas 5%. As vendas dos nacionais, por sua vez, caíram 7% em relação a 2005. Essa trajetória, para as três categorias, permanece neste ano, disse Bendzius.
(Cynthia Malta/Valor Econômico)(foto: Sergio Zacchi/Valor)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Adega: como Deus manda

Comentamos há tempos, na "invasão argentina", a chegada ao nosso mercado de vários vinhos desse país, entre os quais os da linda Coleción Privada da empresa Navarro Correas, de Mendoza, o Chardonnay, o Malbec, o Cabernet-Sauvignon e o Trivarietal.
Comentamos também, há uma semana, as diferentes apresentações de vinhos aos consumidores, quanto ao "modo" de bebê-los, beber (ou degustar) em pé ou beber sentado, combinando o vinho com uma refeição, o que naturalmente o valoriza.

Volta agora ao nosso mercado a Navarro Correas, com seus vinhos de nível superior, a linha Premium e a linha Gran Reserva, novamente provados, "como Diós manda", sentados civilizadamente, juntamente com um bom jantar, em um bom restaurante, compatibilizando os vinhos com os alimentos.

A Navarro Correas data de 1798, quando Dom Ivan de Diós Correas plantou as primeiras cepas em Mendoza. Durante um século a família cedeu suas uvas e vinhos a outros produtores. Em 1974 Dom Edmundo Navarro Correas decidiu elaborar os vinhos com seu nome.

Seus vinhos sempre estiveram entre os mais reputados do país, e não foi surpresa, quando em 2005 seu Malbec-Gran Reserva recebeu 88 pontos do The Wine Advocate , bem como a medalha de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2005 por seu Cabernet Sauvignon.

No final dos anos de 1990, a bodega familiar foi adquirida pela Diagero e foi considerada a "marca do século" pelos consumidores argentinos.

Com relação no Brasil ocorreu com a Navarro Correas um fato curioso. Foi lançado, há tempos entre nós, um vinho nacional com o mesmo nome e a mesma apresentação, por um membro da família Navarro Correas. Má fé a parte, saiu judicialmente do mercado. Com a presença do enólogo da empresa, Juan Marco, foram lançados agora os vinhos:

Gran Reserva

Malbec 2005


Uvas 100% Malbec, de coloração vermelha com reflexos violáceos. Aroma de frutas vermelhas com notas de madeira. Paladar complexo, com taninos suaves e redondos. Na vinificação, o vinho passou 14 meses em barricas de carvalho francês novo e mais seis meses na garrafa. Teor alcoólico de 14%. Disponível na Diageo, telefone: 0800-704-7200. E-mail: sac.brasil@diageo.com. Preço R$ 70.

Avaliação 88/100

Gran Reserva

Cabernet Sauvignon 2005


De uvas 100% Cabernet Sauvignon, de coloração rubi intenso, tem aromas frutados com nítida madeira. Paladar estruturado e encorpado, com taninos redondos e suaves. Após a fermentação estagia 14 meses em carvalho francês e seis meses em garrafa. Gradação alcoólica 14%. Também disponível na Diageo. Preço: R$ 70.

Avaliação 86/100

Ultra 2005
É o vinho maior da vinícola, da linha Premium, um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot. De aroma complexo de frutos maduros, com especiarias e notas de baunilha e chocolate. Na boca é estruturado, encorpado e harmônico, com taninos redondos. Tem 18 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês novo e mais um ano e oito meses em garrafa. Teor alcoólico de 13%. Preço: R$ 140.

Avaliação 88/100

Foi essa a terceira degustação de alto nível em um período de duas semanas, com o detalhe importante: nesta bebeu-se e comeu-se sentado. Vida dura.

Critérios de avaliação:

Regular - de 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis

Bom - de 60 a 70 pontos

Muito bom - de 70 a 80 pontos

Ótimo - de 80 a 90 pontos

Excepcional - Acima de 90 pontos

Sergio de Paula Santos médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, Memórias de Adega e Cozinha , Senac, 2007, recém lançado. (Diário do Comércio)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Pesquisa com freiras diz que cerveja baixa colesterol

MADRI - Freiras de três conventos espanhóis da província de León aceitaram beber meio litro de cerveja sem álcool durante 45 dias como parte de um estudo para comprovar os efeitos benéficos da bebida para a saúde.

As 50 religiosas, com idade média de 68 anos, foram escolhidas pelos pesquisadores por "seu estilo de vida ordenado, regrado e equilibrado".

O estudo, elaborado pela Sociedade Espanhola de Dieta e Ciências da Alimentação (Sedca) e pela Universidade de Valência, concluiu que o consumo moderado de cerveja - com ou sem álcool, clara ou escura - pode diminuir o risco de problemas cardiovasculares e reduzir o colesterol.

Isso aconteceria por causa do lúpulo, um dos ingredientes imprescindíveis na preparação da bebida e que funciona como antioxidante.

Depois do consumo da cerveja, o colesterol total das freiras que já tinham níveis altos baixou em 6%, enquanto o nível de LDL, considerado o "mau colesterol", caiu 8%.

Remédio

O estudo foi patrocinado pela Associação de Fabricantes de Cerveja da Espanha, mas feito por um comitê científico independente.

Os pesquisadores dizem que desde a Antiguidade o lúpulo é utilizado pela medicina tradicional no tratamento de diversas doenças por suas qualidades antibacterianas e antiinflamatórias, além das propriedades sedativas e diuréticas.

De acordo com a nova pesquisa, a cerveja é o único produto alimentar que contém lúpulo e pode funcionar como remédio. "Em uma dieta adequada, o consumo de cerveja sem álcool pode contribuir para a redução de patologias associadas à idade e, portanto, promover um envelhecimento mais saudável", diz Jesús Román Martínez, um dos responsáveis pelo estudo. (BBC/AE)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Muito além do Grito do Ipiranga

Independência ou... um belo prato de paella! Para quem mora do lado lá da cidade pode parecer fora de mão sair das zonas oeste ou norte para comer no bairro onde Dom Pedro I teria proferido o famoso grito do Ipiranga – "Independência ou morte!". Mas a região esconde (em alguns casos, literalmente) ótimos endereços que fazem a visita valer a pena. Melhor ainda se combinar o almoço com um passeio ao Parque da Independência, uma bonita área verde que engloba ainda o Museu Paulista da Universidade de São Paulo, o Museu do Ipiranga, instalado no belo prédio de estilo neo-renascentista de 1895.

O bairro do Ipiranga, conhecido principalmente pelo museu neo-renascentista, esconde delícias gastronômicas



Na Rua Bom Pastor, ninguém imagina que um discreto sobrado abriga uma das melhores paellas de São Paulo. O mais famoso prato da culinária espanhola é feito pela família Gutiérrez Benedetti – Maria del Pilar (a mãe) e os filhos, Liliane e Mário Sérgio. A receita foi trazida pelo patriarca da família José Gutiérrez Espin, o Pepe (daí o nome Paellas Pepe), que é o avõ do casal de filhos de Maria del Pilar. Mas o restaurante nasceu quando o filho de Pepe, Emilio, começou a cozinhar para os amigos, há dez anos.

Depois de receber amigos em casa durante dois anos (sempre às sextas à noite e aos domingos no almoço), Emilio transformou a casa no restaurante nada convencional da família. Depois da morte de Emílio, mãe e filhos passaram a se revezar na hora de cozinhar – a paella é preparada na frente dos clientes. "Por favor, só coloque o telefone e o nome da rua", pedem os filhos. Eles não querem ter de mandar de volta cliente que resolva aparecer sem antes ter ligado.

Como o prato demora duas horas para ficar pronto, a pessoa pode escolher chegar cedo e acompanhar o passo-a-passo da receita ou aparecer apenas quando tudo estiver quase pronto. Um sino, então, é tocado, avisando que está na hora de se deliciar. Custa R$ 30 por pessoa, e o cliente se serve à vontade. No dia em que a reportagem esteve lá, uma mesa com quatro clientes só foi embora no fim da tarde, depois de um almoço que havia começado às 13 horas. "Acabou o camarão ou o lagostim? Nós cozinhamos mais para repor", diz o filho Mário Sérgio. O telefone é 6163-9570.

Quem não dispensa um ótimo hambúrguer precisa conhecer a lanchonete do "seu" Oswaldo. Há 40 anos, o endereço (Rua Bom Pastor, 1659, sem telefone) é unanimidade, e a fama já ultrapassou há muito os limites do bairro. O lugar não é bonito, não tem decoração moderna (aliás, não tem decoração alguma), o balcão com apenas 16 bancos vive cheio, mas o hambúrguer, além de excelente, é muito barato se comparado a endereços dos Jardins, Itaim Bibi ou Pinheiros. Os preços variam de R$ 3,50 (o hambúrguer simples) a R$ 5,50 (o cheeseburger com ovo). Como o lanche é pequeno, a maioria dos clientes acaba comendo dois. Esqueça as fritas ou qualquer outra "frescura", como porção de onion rings , para acompanhar. Não tem nada disso lá. O hambúrguer desce bem com o refresco de laranja (R$ 1,50).

Dizem que o segredo do lanche é o molho de tomates que vai em cima do hambúrguer enquanto ele ainda está na chapa – a receita é segredo. Aos 70 anos, seu Oswaldo tem ficado cada vez menos na lanchonete, o que não comprometeu até agora a excelência de seu hambúrguer. Depois da morte da esposa e do filho, os vizinhos têm demonstrado preocupação com seu estado. "Ele está bastante abatido", comenta Liliane, do Pepe. Outro que se mostrou apreensivo é Luiz Antônio Sampaio, o Magrão, do bar que leva seu nome.

Na Rua Agostinho Gomes, 2.988, funciona há 12 anos o Bar do Magrão, onde só blues, rock e jazz têm vez. As mais de 40 marcas de cerveja são apreciadas pelos diversos músicos que freqüentam a casa e, às vezes, dão uma "palinha", segundo o proprietário, Luiz Antonio Sampaio. Ele é um guitarrista/vocalista "aposentado" que, à frente da banda Discagem Direta, abriu o show da cantora alemã Nina Hagen quando ela tocou em São Paulo no início dos anos 1980.

O bar é decorado com mil tranqueiras. Sapatos de palhaço, luvas de boxe, diversos relógios marcando todos 17 horas (a hora que o bar abre) e uma múmia estão espalhados pelo salão. "É tudo presente dos clientes. Só não penduro arma e bicho porque acho que não combinam." Para acompanhar as cervejas belgas e alemãs, o filé aperitivo (filé mignon, vinagrete, farofa e pão) custa R$ 26 e serve três pessoas.

Ao lado do bar, num ambiente diferente, são servidos pratos, como o ravióli de vitelo, uma massa de espinafre com recheio de vitelo (o boi novo) ao molho de tomate fresco, azeitona, mussarela de búfala e manjericão (R$ 37, porção para duas pessoas). (Diário do Comércio)

terça-feira, 19 de junho de 2007

Jancis Robinson e os melhores vinhos nacionais

Julia Harding, editora do Atlas Mundial do Vinho e assistente full time de Jancis Robinson, provou diversos vinhos brasileiros, numa degustação realizada em Londres, no início do ano, por Arthur Azevedo da ABS-SP.

De uma maneira geral, Julia e Jancis são bem favoráveis aos vinhos brasileiros, mas chamam atenção para um ligeiro desequilíbrio nos níveis de álcool e um amargor final. O vinho mais elogiado é o Salton Talento 2004, considerado uma versão mais fresca e equilibrada que a de 2002. Elegante, com taninos finos e a boa acidez, ele ganha uma nota 18, que para a escala de 20 usada no site é bastante alta. Abaixo a lista de vinhos e suas notas:

Miolo, Quinta do Seival, Castas Portuguesas 2004, Campanha (16+)
Vinícola Argenta, Cuvée Luiz Argenta 2005, Flores da Cunha (15)
Salton Desejo Merlot 2004, Serra Gaúcha (17)
Pizzato Reserve Merlot 2004, Vale dos Vinhedos (16-)
Miolo Merlot Terroir 2004, Vale dos Vinhedos (17)
Miolo, Quinta do Seival, Cabernet Sauvignon 2004, Campanha (16-)
Espumante Miolo, (15)
Salton Talento 2002 Tuiuty, Bento Gonçalves (17+)
Salton Talento 2004 Tuiuty, Bento Gonçalves, (18)
ViniBrasil Paralelo 8 2005, Vale do
São Francisco (16-)
Excellence par Chandon Brut Réserve (16+)
Villa Francioni, Vinho Tinto Fino Seco 2004 (16,5)
Villa Francioni, Sauvignon Blanc 2006 (17-)
Villa Francioni, Chardonnay
Lote 1 - blend das safras de 2004 e 2005 (17-)
(Luiz Horta - OESP)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

São Paulo vira capital nacional da cerveja neste mês

Os paulistanos cervejeiros terão, entre os dias 19 e 21 de junho, mais um motivo para se encontrar e tomar cerveja. A cidade recebe a 3ª edição da Brasil Brau 2007, maior encontro de negócios do setor cervejeiro do País. Entre os 60 expositores, dos quais oito são estrangeiros, estarão presente empresas de diversos segmentos como aplicadoras de rótulos e de produtos químicos, além das microcervejarias. A expectativa é que 2.500 profissionais compareceram ao evento, no Centro de Convenções Frei Caneca.

Assim como o setor, a feira registra crescimento este ano. Em 2006, 1.800 pessoas visitaram os 35 expositores. De acordo com a diretora da Fagga, organizadora do evento, Andréa Repsol, há uma demanda no segmento que exige o crescimento da feira. 'Nosso foco são os donos e gerentes de bares e restaurantes, que vêm para o encontro para se atualizarem.' Segundo Andréa, a feira não é um reunião das grandes cervejarias, mas sim das microcervejarias, que produzem as cervejas artesanais e premium.

Esse mercado, mais sofisticado, cresceu 4,5% no ano passado, e movimentou R$ 1,5 bilhão, na produção de 500 milhões de litros, de acordo com o Sindicato Nacional das Indústrias de Cerveja (Sindcerv). As bebidas premium custam cerca de 40% a mais do que as tradicionais e representam 5% do mercado brasileiro de cervejas. 'É um ramo recente no Brasil, mas as taxas de crescimento são maiores do que as do setor', diz o superintende do Sindcerv, Marcos Mesquita.

Ele diz que ainda há muito o que crescer, principalmente nos pontos-de-venda. 'A maior dificuldade é no varejo, que não induz o cliente a querer um produto mais sofisticado.' Mesquita garante que a indústria tem capacidade para aumentar a produção, e o público tem interesse nesses produtos.

De acordo com o superintendente, o Brasil é o quarto maior produtor e consumidor de cerveja, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Alemanha. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cada brasileiro bebe seis litros de álcool por ano. Já em fabricação, em 2006, foram produzidos no País 9.700 bilhões de litros de cerveja, que renderam as cervejarias R$ 22 bilhões. (Gazeta Mercantil)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Consumo de vodca cai no bar e cresce nas prateleiras

Tem cada vez menos vodca sendo consumida nas mesas de bar no Brasil. Longe de sinalizar uma rejeição pela tradicional bebida russa (as vendas nacionais aumentaram 42% nos últimos três anos, atingindo R$ 810 milhões e 39 milhões de litros em 2006, segundo a Nielsen), o movimento reflete uma mudança de comportamento. O consumidor tem mostrado mais interesse em tomar seus drinques em casa, seja nas reuniões com amigos ou no "aquecimento pré-balada", antes das saídas à noite. Entre os principais motivos, estão desde a preocupação com a segurança, que faz com que as pessoas procurem o conforto do lazer doméstico, até o bolso mais apertado dos jovens de 20 a 35 anos de classe média, principal público alvo da bebida, que passou a dividir a despesa das noitadas com outros gastos como celular, TV paga e serviço de banda larga.

Até o final da década de 90, o chamado "ponto de dose" - bares, restaurantes e casas noturnas - era o principal canal de vendas, mas a liderança está hoje com os supermercados. "Estamos nos adaptando a esse novo movimento", diz Walter Celli, gerente de marketing da Diageo, dona da marca Smirnoff, líder de mercado. A participação do ponto de dose na venda de vodca caiu de 47% em 2002 para 41% no ano passado, período em que a saída do produto nos supermercados aumentou seis pontos percentuais, para 48%. Para as fabricantes da bebida, essa não é exatamente uma boa notícia.

"O ponto de dose é o nosso canal mais lucrativo, já que conseguimos uma margem de lucro maior na negociação com os distribuidores do que com os grandes varejistas", diz Celli. Alexandre Macedo, gerente de marketing de bebidas nacionais da Pernod Ricard, que produz a vodca Orloff, concorda. "Nosso ganho é maior no ponto de dose, que também oferece uma visibilidade muito melhor para a marca", diz Macedo.

Smirnoff e Orloff são as duas principais vodcas, somando juntas pouco mais de 40% de participação de mercado em volume. Ao que tudo indica, porém, a mudança de canal tem favorecido a Diageo. A companhia teve a grata surpresa de ver as vendas de Smirnoff aumentarem quase seis pontos percentuais no ano passado, atingindo uma participação de 28,5%. O impulso no consumo veio justamente do canal "off trade" (supermercados, lojas de atacado e distribuidores), que respondeu por 63,2% das vendas em litros de Smirnoff, contra 55,5% do volume de 2005, quando o consumo estava mais equilibrado com o "on trade" (restaurantes, bares, boates, lanchonetes e padarias).

"Acreditamos que o principal motivo para essa mudança seja uma tendência ao enclausuramento, ou 'cocooning', que faz com que as pessoas procurem ficar mais tempo em casa", diz Celli. O 'cocooning' a que se refere o executivo da Diageo foi a expressão cunhada na década de 1990 pela consultora de marketing Faith Popcorn, para explicar a menor socialização dos indivíduos que, temerosos em relação ao aumento da violência, procuram passar cada vez mais tempo em casa. É o que explicaria, por exemplo, uma série de escolhas no mercado de consumo, desde a instalação de home theaters até a opção de morar em condomínios fechados. Nesse sentido, diz Celli, os consumidores de vodka estariam mais dispostos a comprar a bebida e promover reuniões em casa com amigos do que sair para as baladas.


Embora não aposte nessa tendência, a Pernod Ricard pretende aumentar a presença de Orloff no grande varejo, seguindo o caminho trilhado pelo consumidor. "Nosso objetivo é ganhar market share de uma maneira sadia, construindo uma relação de longo prazo com as cadeias varejistas", diz Macedo.

A Diageo, por sua vez, quer que Smirnoff esteja cada vez mais disponível nas lojas de conveniência, onde a negociação da margem de lucro não é tão dura como com os supermercadistas. Mas o seu principal alvo este ano é o patrocínio de eventos: serão 100, contra 20 do ano passado. Nessas ocasiões, a empresa não só expõe a sua marca, como também comercializa o produto. "Nosso investimento de marketing na plataforma de eventos triplicou este ano, chegando a R$ 8 milhões", diz Celli. Além do Carnaval de Salvador (BA), em fevereiro, entre as principais investidas com a presença da marca Smirnoff estão a festão de São João de Caruaru (PE) e os carnavais fora de época, como o Fortal e o Carnagoiânia.
(Daniele Madureira - Valor Econômico)

terça-feira, 12 de junho de 2007

Cervejas: 12 marcas testadas

A Associação Pro Teste Consumidores avaliou 12 marcas de cervejas, com exames em laboratório e provas de degustação. Mesmo que o teste tenha sido realizado em 2002, é bem interessante. Clique aqui para conhecê-lo.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Peras no vinho tinto

Sirva gelada no calor e quentinha no frio, a receita é gostosa o ano inteiro

Rendimento: Para 4 pessoas

INGREDIENTES

8 peras
5 grãos de pimenta do reino
2 cravos
1 litro de vinho tinto tipo beujolais ou bordeaux de boa qualidade
1 xícara de açúcar
1 fava de baunilha
1 pau de canela

MODO DE PREPARO

No fogo alto prepare uma calda com o vinho e os temperos. Reduza esse vinho temperado até mais ou menos a metade.
Descasque as peras inteiras, deixe os cabinhos e corte a base para ficarem em pé no fundo da panela. Coloque as peras na panela e cozinhe até ficarem macias com a panela tampada.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Amantes de churrasco podem ter maiores riscos de câncer de mama

Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos descobriram que mulheres na pós-menopausa que consumiram muito churrasco ou carne vermelha defumada durante a vida têm 47% maior risco de desenvolver câncer de mama. Os pesquisadores compararam a dieta ao longo da vida e o consumo recente de carne de 1508 mulheres com câncer de mama com a de 1556 mulheres saudáveis. Aquelas que consumiam esses tipos de carne mais de uma vez por semana tinham 47% maior risco da doença do que aquelas que comiam churrasco uma vez por semana ou menos. Além disso, nas mulheres que “fugiam” de frutas e verduras o risco aumentava para 74%. Os especialistas alertam que esses produtos da carne contem hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ligados ao câncer.
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terça-feira, 5 de junho de 2007

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Do estilo belga à erva-mate, as novidades da Dado Bier

Produtos serão vendidos, inicialmente, na rede gaúcha de cervejarias

A microcervejaria Dado Bier, de Porto Alegre, lançará no mercado duas novas cervejas com perfis bem distintos. A primeira novidade, prevista para chegar nos próximos dias ao mercado, é a Belgian Ale, uma variedade bastante encorpada, seguindo as diretrizes da escola belga de fabricação.

A segunda, que deve chegar ao consumidor nas próximas semanas, é forte candidata a gerar polêmica entre apreciadores da bebida: uma cerveja que leva erva-mate - a mesma que abastece o chimarrão dos gaúchos - na fórmula, e será batizada como Ilex (uma referência ao nome científico da erva, Ilex paraguaryensis). 'Acredito que será uma cerveja do tipo ame-a ou deixe-a, nunca uma bebida que vai ficar em cima do muro', reconhece o proprietário da microcervejaria, Eduardo Bier. As duas variedades foram apresentadas em primeira mão a Paladar, na capital gaúcha.

A Belgian Ale e a Ilex começaram a ser desenvolvidas na mesma época, há cerca de um ano. A de estilo belga, será vendida primeiro na rede de bares da Dado Bier, para depois a ser engarrafada, no decorrer de junho. Trata-se de uma cerveja de estilo strong belgian ale, com 8,5% de teor alcoólico, de cor dourada-escura. Ela tem espuma abundante e duradoura, que se mantém nas paredes do copo (uma das características do estilo), e um aroma adocicado e de especiarias. Na degustação, notas de álcool, malte, condimentos e, depois de algum tempo, lúpulo. Diferentemente de muitas cervejas belgas, porém, ela não leva açúcar para elevar seu teor alcoólico, explica o mestre-cervejeiro da Dado Bier, Carlos Bolzan. A princípio, a Belgian Ale será vendida em copos de 400ml a R$ 6,50.

FORA DO CHIMARRÃO

Os segundos entre a abertura da garrafa da Ilex geram expectativa: o que sairá do gargalo para o copo? A primeira visão é de uma cerveja dourada e um pouco esverdeada, com espuma intensa. Aproximando-se o copo da boca, já é possível notar o intenso aroma da erva-mate. O gosto da erva também é intenso, predominante e persistente, e, apesar de a cerveja ter 7% de teor alcoólico, a sensação do álcool é mais suave. Bolzan afirma que a cerveja é uma lager (de baixa fermentação) não-filtrada, e que o lúpulo foi utilizado de forma a não interferir com o amargor e as características naturais da erva-mate. 'O resto não dá para contar, é segredo', brinca.

Bier explica que o projeto teve idas e vindas. 'A idéia parecia maluca. Pedia para fazer testes e depois mudava de opinião', afirma. 'A base da cerveja está no malte, água, lúpulo e fermento. Agora, o que acontece quando você acrescenta um elemento sobre o qual não há nenhuma referência no mundo cervejeiro?' Ele afirma apostar no caráter regional da cerveja. 'O Rio Grande do Sul, como todos sabem, tem paixão pela erva-mate'.

Em fase final de registro, a Ilex deve ser vendida em garrafas long neck. 'Deve haver aquela primeira procura do público para teste. Sobre a segunda compra, prefiro não arriscar', brinca Bier. A opinião do repórter? Vale sim a degustação. Sem preconceitos.
(Roberto Fonseca - OESP)

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O whisky de James Buchnan

A história do whisky se encontra pontilhada de momentos importantes, a partir de seu primeiro registro, escrito em 1494. Os equipamentos primitivos de destilação utilizados desde o início e a falta de conhecimento científico provavelmente produziam aguardentes muito potentes e até ocasionalmente nocivas. No decorrer do século XV, o aperfeiçoamento dos alambiques contribuiu para melhorar a qualidade do produto e o domínio da nova técnica rapidamente se difundiu. Outra ajuda involuntária ocorreu por volta de 1880, quando uma praga iniciada na França dizimou quase todos os vinhedos mundiais. Sem vinhos nem brandies (destilados de uva), os escoceses se aproveitaram da calamidade e fizeram do scotch whisky a bebida de maior preferência, que sobreviveu à Lei Seca dos Estados Unidos, a guerras e revoluções, depressões econômicas, recessões e hoje mantém a posição de liderança no mercado de bebidas destiladas, sendo consumido em mais de 200 países.

Um dos pioneiros em sua consolidação foi um jovem escocês chamado James Buchanan. Seu nome tornou-se o símbolo de uma das marcas de scotch whisky mais respeitadas e conhecidas no mundo. Produzido desde 1884, mantém o mesmo design da garrafa de cor escura e rótulo branco. Buchanan começou sua carreira em 1879, como agente de uma conhecida empresa em Londres. Utilizando maltes de várias procedências recebidos em barricas, fez o próprio blend. Chamou-o de “buchanan blend”. A “mistura” acabou mudando totalmente o comércio do scotch whisky. Como cada destilaria produzia a bebida com características e sabores diferentes, baseadas nela começaram a surgir variações de qualidade confiáveis e consistentes. O inovador acabou sendo um dos responsáveis por tornar o scotch whisky uma bebida universal.

O Buchanan’s De Luxe 12 anos é o mais conhecido da marca que faz também o 18 anos. Esse blend de whiskies de malte e grão em proporções equilibradas conseguiu somar as melhores qualidades dos componentes individuais. O malte, elaborado a partir de cevada e leveduras, participa com mais de 50% do blend para fornecer estrutura e elegância; o grain whisky contribui com a leveza. Dourado brilhante, seu aroma apresenta notas florais e delicados tons defumados da turfa, harmonizado com especiarias, principalmente baunilha. Na boca, é elegante, complexo, macio e com sabor de carvalho tostado, frutas secas, tabaco e retrogosto muito persistente.

Na Escócia, o master blender faz a degustação separada dos quatro single malts que compõem o whisky Buchanan’s 12 anos. Para uma experiência sensorial inédita e semelhante, isso também pode ser feito em São Paulo, em reuniões interativas e com a distribuição de apostilas, coordenadas pelo experiente Beto Ranieri, proprietário da tabacaria Ranieri Pipes, que conduz as sessões há mais de dois anos. Eduardo Bendzius, diretor nacional de marketing da Diageo, a maior empresa de bebidas alcoólicas Premium do mundo, afirma: “A degustação se tornou, nos últimos anos, a mais badalada atividade lúdica dos adultos. Depois da onda de vinhos, cafés, charutos, é a vez de o brasileiro aprender os aromas e sabores presentes no scotch whisky”.