Mulher moderna prioriza o tempo livre
O tempo virou artigo de luxo para a administradora Adriana Nunes, de 33 anos. Casada, mãe de dois garotos de três e nove anos, ela trabalha na Embraer e cursa pós-graduação à noite. Esse ritmo acelerado de vida da executiva transformou alguns de seus hábitos. Cozinhar e comer em casa, por exemplo, é atividade que faz parte do passado.
“Com a correria, acabo comendo alguma coisa rápida. O arroz com feijão ficou para trás.” Ela almoça, de segunda a sexta-feira, no restaurante da empresa. Nos fins de semana, vai a restaurantes com a família, onde gasta, em média R$ 80,00, a cada refeição. “Prefiro gastar o pouco tempo que me sobra com eles a ficar cozinhando em casa”, comenta.
A preocupação em ganhar tempo (ou não perdê-lo) com as atividades domésticas também modificou o cardápio da gerente de cobrança Silvana Pezzente. Durante o dia, ela almoça com colegas de trabalho em restaurantes que operam no sistema de bufê - o mesmo ocorre com seus dois filhos adolescentes.
Segundo ela, um dos motivos da mudança é o preço das refeições, que está mais acessível. “No sistema por quilo, você determina quanto vai gastar”, explica Silvana. À noite, a família ainda sai para jantar em lanchonetes e pizzarias. “Acabou a época da mãe prendada, que preparava feijão, arroz e até massa de macarrão em casa”, diz. “Não tenho mais tempo nem paciência para cozinhar.”
Mesmo sendo da época em que “até a massa de macarrão era feita em casa”, a aposentada Marísia da Silva, de 65 anos, tem deixado as panelas de lado em nome da praticidade e da economia. “Hoje, é possível comer muito bem fora, e por um bom preço. Não compensa cozinhar todos os dias”, argumenta.
Pelo menos uma vez por semana, ela e o marido almoçam em restaurantes de refeição por quilo. Juntos, gastam cerca de R$ 15,00. Segundo ela, o valor ainda representa pouco do orçamento mensal, mas significa um aumento, já que cinco anos atrás não havia despesas com alimentação fora de casa.
A artista plástica Marta Lúcia também aponta a diminuição do custo como o fator decisivo para a mudança de seus hábitos de consumo de alimentos. Há alguns anos, ela e o marido começaram a fazer as refeições principais - almoço e jantar - longe de casa, todos os dias da semana.
“Colocando na ponta do lápis os gastos com gás, luz e ingredientes, acaba saindo mais em conta comer fora. Hoje, consigo almoçar com qualidade por até R$ 5,00”, conta. Além disso, a oferta cada vez maior de restaurantes e a variação de pratos motiva a opção. Até o fogão perdeu o lugar na cozinha. “Lá em casa, agora só temos microondas”, diz a artista plástica.
(Marianna Aragão - OESP)
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
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