Estampar o nome do consumidor no rótulo está fazendo aumentar as vendas de uísque. A idéia, adotada em outubro pela marca escocesa The Famous Grouse, foi testada pela líder do mercado brasileiro, a Johnnie Walker, na Páscoa. Os resultados foram tão positivos que a primeira ampliou a promoção para o mercado paulista e a segunda estuda repetir a dose ainda neste ano.
A Interfood, empresa brasileira que distribui destilados estrangeiros há três anos, conseguiu quase bater a marca de 15 mil garrafas nos últimos sete meses - um resultado interessante para o The Famous Grouse, o uísque mais consumido na Escócia mas menos conhecido no mercado brasileiro.
A promoção, que já está em 60 bares das cidades de Recife, Fortaleza e Maceió funciona da seguinte forma: o consumidor João da Silva paga cerca de R$ 50 pelo uísque (de 8 anos) e recebe a garrafa com o rótulo personalizado - The Famous João da Silva.
"Vendemos muito, até para festas de fim de ano e casamentos", disse Nicholas Macchi, gerente da divisão de destilados da Interfood. O fabricante escocês Edrington, que faturou 263,4 milhões de libras em 2006, já havia testado a estratégia de personalizar a garrafa na Suécia e na Grécia. Como os resultados foram positivos, a idéia foi implantada no Nordeste, um mercado importante e que responde por cerca de 40% do consumo de uísque no Brasil. Em São Paulo, a Interfood fechou parceria com um bar, o São Pedro São Paulo, e vem conseguindo vender de 10 a 12 garrafas por dia.
Nicholas Macchi, gerente de destilados da Interfood: "Vendemos muito, até para festas de fim de ano e casamentos"
As vendas do Johnnie Walker (12 anos) cresceram 50% na Páscoa, quando a gigante britânica Diageo também ofereceu a possibilidade do comprador ter seu nome gravado na garrafa, vendida por cerca de R$ 100. A promoção foi feita como parte do programa de relacionamento aos cerca de 15 mil sócios do Keep Walking Club, o clube de uísque dos apreciadores de Johnnie Walker.
"Vamos repetir a promoção ainda neste ano", disse Eduardo Bendzius, diretor de marketing da Diageo, que investiu nos últimos 12 meses R$ 90 milhões para promover todo o portfólio de bebidas vendidas no Brasil. A verba para o ano fiscal que começará em julho, provavelmente, será maior.
Fundar um clube no restaurante Figueira Rubayat, no bairro paulistano dos Jardins, e pendurar uma medalhinha de ouro com o nome do consumidor num Chivas (18 anos) foi a forma que a Pernod Ricard encontrou, há dois meses, de personalizar a garrafa vendida por R$ 250. Além dos primeiros 18 consumidores, que receberam a medalhinha de ouro, a Pernod já registra mais 15 novos sócios, que também ganharam suas medalhas, mas apenas douradas.
A gerente da marca Chivas Regal, Ana Claudia Saba, disse que um novo clube será aberto na unidade da avenida Faria Lima do Rubayat, e em em outras casas em São Paulo e Salvador. Ana Claudia não informa o valor da verba que a marca Chivas vem recebendo, em especial em publicidade veiculada em TV e eventos, mas o aumento das vendas tem sido bastante expressivo, na casa dos 70% em relação ao ano passado.
O dólar barato também explica o consumo em alta de uísque importado. De acordo com dados da Nielsen, as vendas dos importados, engarrafados no exterior, cresceram 26% no ano passado; enquanto as dos uísques importados engarrafados no Brasil subiram apenas 5%. As vendas dos nacionais, por sua vez, caíram 7% em relação a 2005. Essa trajetória, para as três categorias, permanece neste ano, disse Bendzius.
(Cynthia Malta/Valor Econômico)(foto: Sergio Zacchi/Valor)
quarta-feira, 27 de junho de 2007
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