
Na Rua Bom Pastor, ninguém imagina que um discreto sobrado abriga uma das melhores paellas de São Paulo. O mais famoso prato da culinária espanhola é feito pela família Gutiérrez Benedetti – Maria del Pilar (a mãe) e os filhos, Liliane e Mário Sérgio. A receita foi trazida pelo patriarca da família José Gutiérrez Espin, o Pepe (daí o nome Paellas Pepe), que é o avõ do casal de filhos de Maria del Pilar. Mas o restaurante nasceu quando o filho de Pepe, Emilio, começou a cozinhar para os amigos, há dez anos.
Depois de receber amigos em casa durante dois anos (sempre às sextas à noite e aos domingos no almoço), Emilio transformou a casa no restaurante nada convencional da família. Depois da morte de Emílio, mãe e filhos passaram a se revezar na hora de cozinhar – a paella é preparada na frente dos clientes. "Por favor, só coloque o telefone e o nome da rua", pedem os filhos. Eles não querem ter de mandar de volta cliente que resolva aparecer sem antes ter ligado.
Como o prato demora duas horas para ficar pronto, a pessoa pode escolher chegar cedo e acompanhar o passo-a-passo da receita ou aparecer apenas quando tudo estiver quase pronto. Um sino, então, é tocado, avisando que está na hora de se deliciar. Custa R$ 30 por pessoa, e o cliente se serve à vontade. No dia em que a reportagem esteve lá, uma mesa com quatro clientes só foi embora no fim da tarde, depois de um almoço que havia começado às 13 horas. "Acabou o camarão ou o lagostim? Nós cozinhamos mais para repor", diz o filho Mário Sérgio. O telefone é 6163-9570.
Quem não dispensa um ótimo hambúrguer precisa conhecer a lanchonete do "seu" Oswaldo. Há 40 anos, o endereço (Rua Bom Pastor, 1659, sem telefone) é unanimidade, e a fama já ultrapassou há muito os limites do bairro. O lugar não é bonito, não tem decoração moderna (aliás, não tem decoração alguma), o balcão com apenas 16 bancos vive cheio, mas o hambúrguer, além de excelente, é muito barato se comparado a endereços dos Jardins, Itaim Bibi ou Pinheiros. Os preços variam de R$ 3,50 (o hambúrguer simples) a R$ 5,50 (o cheeseburger com ovo). Como o lanche é pequeno, a maioria dos clientes acaba comendo dois. Esqueça as fritas ou qualquer outra "frescura", como porção de onion rings , para acompanhar. Não tem nada disso lá. O hambúrguer desce bem com o refresco de laranja (R$ 1,50).
Dizem que o segredo do lanche é o molho de tomates que vai em cima do hambúrguer enquanto ele ainda está na chapa – a receita é segredo. Aos 70 anos, seu Oswaldo tem ficado cada vez menos na lanchonete, o que não comprometeu até agora a excelência de seu hambúrguer. Depois da morte da esposa e do filho, os vizinhos têm demonstrado preocupação com seu estado. "Ele está bastante abatido", comenta Liliane, do Pepe. Outro que se mostrou apreensivo é Luiz Antônio Sampaio, o Magrão, do bar que leva seu nome.
Na Rua Agostinho Gomes, 2.988, funciona há 12 anos o Bar do Magrão, onde só blues, rock e jazz têm vez. As mais de 40 marcas de cerveja são apreciadas pelos diversos músicos que freqüentam a casa e, às vezes, dão uma "palinha", segundo o proprietário, Luiz Antonio Sampaio. Ele é um guitarrista/vocalista "aposentado" que, à frente da banda Discagem Direta, abriu o show da cantora alemã Nina Hagen quando ela tocou em São Paulo no início dos anos 1980.
O bar é decorado com mil tranqueiras. Sapatos de palhaço, luvas de boxe, diversos relógios marcando todos 17 horas (a hora que o bar abre) e uma múmia estão espalhados pelo salão. "É tudo presente dos clientes. Só não penduro arma e bicho porque acho que não combinam." Para acompanhar as cervejas belgas e alemãs, o filé aperitivo (filé mignon, vinagrete, farofa e pão) custa R$ 26 e serve três pessoas.
Ao lado do bar, num ambiente diferente, são servidos pratos, como o ravióli de vitelo, uma massa de espinafre com recheio de vitelo (o boi novo) ao molho de tomate fresco, azeitona, mussarela de búfala e manjericão (R$ 37, porção para duas pessoas). (Diário do Comércio)
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