Produtos serão vendidos, inicialmente, na rede gaúcha de cervejarias
A microcervejaria Dado Bier, de Porto Alegre, lançará no mercado duas novas cervejas com perfis bem distintos. A primeira novidade, prevista para chegar nos próximos dias ao mercado, é a Belgian Ale, uma variedade bastante encorpada, seguindo as diretrizes da escola belga de fabricação.
A segunda, que deve chegar ao consumidor nas próximas semanas, é forte candidata a gerar polêmica entre apreciadores da bebida: uma cerveja que leva erva-mate - a mesma que abastece o chimarrão dos gaúchos - na fórmula, e será batizada como Ilex (uma referência ao nome científico da erva, Ilex paraguaryensis). 'Acredito que será uma cerveja do tipo ame-a ou deixe-a, nunca uma bebida que vai ficar em cima do muro', reconhece o proprietário da microcervejaria, Eduardo Bier. As duas variedades foram apresentadas em primeira mão a Paladar, na capital gaúcha.
A Belgian Ale e a Ilex começaram a ser desenvolvidas na mesma época, há cerca de um ano. A de estilo belga, será vendida primeiro na rede de bares da Dado Bier, para depois a ser engarrafada, no decorrer de junho. Trata-se de uma cerveja de estilo strong belgian ale, com 8,5% de teor alcoólico, de cor dourada-escura. Ela tem espuma abundante e duradoura, que se mantém nas paredes do copo (uma das características do estilo), e um aroma adocicado e de especiarias. Na degustação, notas de álcool, malte, condimentos e, depois de algum tempo, lúpulo. Diferentemente de muitas cervejas belgas, porém, ela não leva açúcar para elevar seu teor alcoólico, explica o mestre-cervejeiro da Dado Bier, Carlos Bolzan. A princípio, a Belgian Ale será vendida em copos de 400ml a R$ 6,50.
FORA DO CHIMARRÃO
Os segundos entre a abertura da garrafa da Ilex geram expectativa: o que sairá do gargalo para o copo? A primeira visão é de uma cerveja dourada e um pouco esverdeada, com espuma intensa. Aproximando-se o copo da boca, já é possível notar o intenso aroma da erva-mate. O gosto da erva também é intenso, predominante e persistente, e, apesar de a cerveja ter 7% de teor alcoólico, a sensação do álcool é mais suave. Bolzan afirma que a cerveja é uma lager (de baixa fermentação) não-filtrada, e que o lúpulo foi utilizado de forma a não interferir com o amargor e as características naturais da erva-mate. 'O resto não dá para contar, é segredo', brinca.
Bier explica que o projeto teve idas e vindas. 'A idéia parecia maluca. Pedia para fazer testes e depois mudava de opinião', afirma. 'A base da cerveja está no malte, água, lúpulo e fermento. Agora, o que acontece quando você acrescenta um elemento sobre o qual não há nenhuma referência no mundo cervejeiro?' Ele afirma apostar no caráter regional da cerveja. 'O Rio Grande do Sul, como todos sabem, tem paixão pela erva-mate'.
Em fase final de registro, a Ilex deve ser vendida em garrafas long neck. 'Deve haver aquela primeira procura do público para teste. Sobre a segunda compra, prefiro não arriscar', brinca Bier. A opinião do repórter? Vale sim a degustação. Sem preconceitos.
(Roberto Fonseca - OESP)
segunda-feira, 4 de junho de 2007
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