Nada de medo da recessão no bar de um hotel em Londres, que aposta que seus consumidores não medem preço para experimentar uma bebida especial. O GILT Champagne Lounge lançou um coquetel que mistura dois tipos de conhaque e custa nada menos que 800 libras, equivalente a cerca de R$ 2.300, por unidade.
Até o nome é nobre. A bebida foi batizada de “When Louis meets Louise” (em português, “quando Louis encontra Louise”). Isto porque os conhaques usados na elaboração da bebida são o Louise XIII e Cuvee Louise Blanc 1998. A mistura vem em uma taça especial de cristal tcheco, avaliada em 240 libras, ou R$ 690. A boa notícia: o refinado copo é um “brinde” que os clientes cinco estrelas levam para a casa.
O bar exclusivo fica no hotel londrino Jumeirah Carlton Tower e comporta apenas 30 pessoas por vez. A regra é clara: para entrar no bar, os clientes devem estar vestidos com trajes "elegantes".
(Época)
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Lamúria de cliente em bar faz de garçom "psicólogo" da noite
Balcões e mesas de botecos na cidade abrigam clientes de divãs improvisados para aqueles que querem desabafar. Histórias mais comuns ouvidas pelos barmen são as de amor, relatadas pelos que exageram na bebida para esquecer uma traição
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL/FOLHA DE S.PAULO
Garçons e barmen que trabalham na noite exercem involuntariamente uma segunda profissão -a de "psicólogos". Os balcões e as mesas de bar se tornam divãs improvisados nos quais desabafam diferentes tipos de cliente -do encrenqueiro ao dorminhoco.
São as histórias de amor as mais comuns -principalmente as relatadas pelo tipo dor de corno, que exagera na bebida para esquecer que foi deixado ou traído pela mulher.
"Tive um cliente que havia sido traído. Ele bebeu oito caipirinhas, pulou para dentro do bar e começou a gritar o nome da mulher. Estava desesperado. Tentei acalmá-lo, dar uma palavra amiga", conta Antonio Vitorino Filho, há 25 anos no Bar Brahma como barman, garçom e agora maître.
Aos 50 anos, Vitorino disse já ter visto e ouvido de tudo. E é a experiência que o ajuda a dividir os clientes em tipos e a saber lidar com eles. Para o "mala", aquele que fala pelos cotovelos, inventa que tem muito dinheiro e ainda pede desconto, a solução é alertar os outros garçons para não serem fisgados -e manterem distância.
Por outro lado, Vitorino diz gostar de dar muita atenção e ouvir o cliente divertido, que costuma ser mais legal bêbado do que sóbrio. "Ele não se lamenta, quer atenção para histórias de sua infância." Depois da sessão informal, o "paciente" acaba beijando os funcionários do lugar -é o tipo "beijão".
Encrenca
O barman Juan José Perea, da casa Bourbon Street Music Club, em Moema, que faz 50 drinques por dia, também conta casos de clientes que relatam traições ou anseios em relação às mulheres e que, não raro, arrumam encrenca.
Um cliente seu resolveu atirar-se sobre a garçonete e precisou ser contido. Outro pediu a Perea que entregasse um bilhetinho a uma mulher sentada no balcão. Tratava-se, contudo, da namorada do barman.
Mas o tipo mais comum no "divã" de Perea é o falastrão. É o bêbado cuja "conversa não faz curva", explica. Um grupo com esse perfil prometeu-lhe diversas vezes uma churrascada, só realizada depois que ele resolveu cobrar. "Dando atenção para eles, virei amigo de verdade. A festa se repete todo ano", diz.
O popular
Garçons mais simpáticos, tidos como mais "acessíveis", acabam dando mais abertura para que os clientes desabafem.
É o caso de Ailton Manuel da Silva, 40, do Filial, na Vila Madalena, que é um personagem por si só. Do tipo que todos cumprimentam ao entrar no bar: "E aí, Ailtinho..."
Ele diz que já foi abordado por um cliente que temia que sua mulher, que mudaria para outro país, o deixasse -aconselhou, mostrou que não havia motivo para tristeza e recomendou mais otimismo.
Em outro ocasião, um homem chorava de saudades da mãe, que havia morrido. Silva, que também já perdeu a mãe, disse a ele que entedia perfeitamente como era sentir-se daquele jeito. "Você divide um pouco o peso que a pessoa traz."
Silva lamenta, contudo, que alguns clientes reclamem de tudo e parecem pensar que apenas eles têm problemas.
Ele, assim como Perea e Vitorino, afirmam que dão atenção aos "pacientes" porque se apegam a eles, e não para manter o cliente na casa. Quando o "paciente" exagera na bebida, por exemplo, aconselham: "Melhor parar por aqui".
OUVIDO AMIGO: BARMAN NÃO SUBSTITUI PSICÓLOGO, MAS PODE AJUDAR
Desabafar com o barman não equivale a um tratamento psicológico, mas pode ajudar a preencher uma necessidade, diz a professora do Instituto de Psicologia da USP Leila Salomão Tardivo. Ela afirma que há pessoas que sentem necessidade se de abrir e encontram no barman uma fonte de empatia e carinho. "Isso acontece com o cabeleireiro também. São pessoas que podem emprestar um ouvido atento, aliviar e dar apoio ao cliente." Falar com desconhecidos também pode ajudar nesse sentido.
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL/FOLHA DE S.PAULO
Garçons e barmen que trabalham na noite exercem involuntariamente uma segunda profissão -a de "psicólogos". Os balcões e as mesas de bar se tornam divãs improvisados nos quais desabafam diferentes tipos de cliente -do encrenqueiro ao dorminhoco.
São as histórias de amor as mais comuns -principalmente as relatadas pelo tipo dor de corno, que exagera na bebida para esquecer que foi deixado ou traído pela mulher.
"Tive um cliente que havia sido traído. Ele bebeu oito caipirinhas, pulou para dentro do bar e começou a gritar o nome da mulher. Estava desesperado. Tentei acalmá-lo, dar uma palavra amiga", conta Antonio Vitorino Filho, há 25 anos no Bar Brahma como barman, garçom e agora maître.
Aos 50 anos, Vitorino disse já ter visto e ouvido de tudo. E é a experiência que o ajuda a dividir os clientes em tipos e a saber lidar com eles. Para o "mala", aquele que fala pelos cotovelos, inventa que tem muito dinheiro e ainda pede desconto, a solução é alertar os outros garçons para não serem fisgados -e manterem distância.
Por outro lado, Vitorino diz gostar de dar muita atenção e ouvir o cliente divertido, que costuma ser mais legal bêbado do que sóbrio. "Ele não se lamenta, quer atenção para histórias de sua infância." Depois da sessão informal, o "paciente" acaba beijando os funcionários do lugar -é o tipo "beijão".
Encrenca
O barman Juan José Perea, da casa Bourbon Street Music Club, em Moema, que faz 50 drinques por dia, também conta casos de clientes que relatam traições ou anseios em relação às mulheres e que, não raro, arrumam encrenca.
Um cliente seu resolveu atirar-se sobre a garçonete e precisou ser contido. Outro pediu a Perea que entregasse um bilhetinho a uma mulher sentada no balcão. Tratava-se, contudo, da namorada do barman.
Mas o tipo mais comum no "divã" de Perea é o falastrão. É o bêbado cuja "conversa não faz curva", explica. Um grupo com esse perfil prometeu-lhe diversas vezes uma churrascada, só realizada depois que ele resolveu cobrar. "Dando atenção para eles, virei amigo de verdade. A festa se repete todo ano", diz.
O popular
Garçons mais simpáticos, tidos como mais "acessíveis", acabam dando mais abertura para que os clientes desabafem.
É o caso de Ailton Manuel da Silva, 40, do Filial, na Vila Madalena, que é um personagem por si só. Do tipo que todos cumprimentam ao entrar no bar: "E aí, Ailtinho..."
Ele diz que já foi abordado por um cliente que temia que sua mulher, que mudaria para outro país, o deixasse -aconselhou, mostrou que não havia motivo para tristeza e recomendou mais otimismo.
Em outro ocasião, um homem chorava de saudades da mãe, que havia morrido. Silva, que também já perdeu a mãe, disse a ele que entedia perfeitamente como era sentir-se daquele jeito. "Você divide um pouco o peso que a pessoa traz."
Silva lamenta, contudo, que alguns clientes reclamem de tudo e parecem pensar que apenas eles têm problemas.
Ele, assim como Perea e Vitorino, afirmam que dão atenção aos "pacientes" porque se apegam a eles, e não para manter o cliente na casa. Quando o "paciente" exagera na bebida, por exemplo, aconselham: "Melhor parar por aqui".
OUVIDO AMIGO: BARMAN NÃO SUBSTITUI PSICÓLOGO, MAS PODE AJUDAR
Desabafar com o barman não equivale a um tratamento psicológico, mas pode ajudar a preencher uma necessidade, diz a professora do Instituto de Psicologia da USP Leila Salomão Tardivo. Ela afirma que há pessoas que sentem necessidade se de abrir e encontram no barman uma fonte de empatia e carinho. "Isso acontece com o cabeleireiro também. São pessoas que podem emprestar um ouvido atento, aliviar e dar apoio ao cliente." Falar com desconhecidos também pode ajudar nesse sentido.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Bar do Magrão é indicado pela Veja SP
Seguindo a tradição, o Bar do Magrão é novamente indicado pela VejaSP no guia especial Comer & Beber 2010/2011, desta vez entre as três melhores cartas de cervejas da cidade.
Veja aqui os indicados e vencedores.
BAR DO MAGRÃO - Cheio de personalidade, o boteco do paulistano Luiz Antonio Sampaio, o Magrão, é uma das atrações do Ipiranga. Repare na amalucada decoração, com objetos de todo o tipo - de relógios a sapatos de palhaço - espalhados pelo pequeno e escuro ambiente. A iluminação baixa e a oferta de cervejas (setenta rótulos) dão um viés de pub ao lugar. Entre as boas loiras, morenas e ruivas estão a belga Lucifer (R$ 22) e a francesa Bière du Désert (R$ 16) - ambas claras e do tipo strong ale. No cardápio destacam-se três receitas de escondidinho. Sai por R$ 14 o de carne seca com purê de abóbora cabochá (variedade japonesa, mais adocicada) e catupiry.
Rua Agostinho Gomes, 2988, Ipiranga tel. 2061.6649 (35 lugares) 17h/0h (sáb. a partir das 12h. dom. 12h/22h; fecha seg.)
O Bar, claro, esteve presente na festa de premiação, no HSBC Brasil. Confira como foi:
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Investimento novo na cerveja gourmet
Seis anos depois de ser criada, a microcervejaria Bierland, de Blumenau (SC), decidiu iniciar a produção de cervejas. Há dois meses, a Opa Bier, de Joinville (SC), três anos após sua fundação, fez o mesmo. As pequenas empresas, que até então só fabricavam chope e tinham suas vendas concentradas em Santa Catarina, seguem a tendência já em curso neste setor e com o novo produto começam a desbravar outros Estados, em busca dos apreciadores de cervejas premium.
A Bierland investiu R$ 700 mil para entrar nesse tipo de produção. Parte dos recursos foi financiada. A intenção é chegar com o novo produto aos três Estados do sul do país, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A Opa Bier não revela o investimento, mas fechou parcerias para atuar no sul do país e espera em novembro fechar também com um parceiro sua entrada em São Paulo.
"O mercado de cervejas artesanais cresce de forma gradativa. Não é um produto de grande volume de consumo, mas hoje já existe uma cultura de 'cerveja gourmet', com as pessoas discutindo aroma e sabor, como ocorre com os vinhos", diz Luiz Alexandre de Oliveira, sócio da Opa Bier.
Eduardo Krueger, sócio da Bierland, que passou dois anos estudando a entrada no ramo de cervejas, concorda. Não à toa algumas microcervejarias como Baden Baden e Eisenbahn foram compradas em 2007 e em 2008, respectivamente, pela Schincariol, de olho no potencial deste segmento.
O investimento na produção de cerveja representa o passo mais importante desde que essas microcervejarias foram criadas pela nova dimensão que o negócio poderá tomar. Com prazo de validade de seis meses, a cerveja permite um raio de ação para distribuição maior do que o chope, cuja validade é de até 10 dias.
A intenção é com a cerveja projetar a marca Bierland (os produtos têm o mesmo nome da empresa) no mercado nacional, explica Krueger. Oliveira, da Opa Bier, já faz planos para uma nova unidade da fabricação para dar conta da demanda que espera ser criada.
A nova investida da Bierland chega ao mercado nos próximos dias, com três tipos: trigo, pilsen e escura, todas no tamanho 600 ml. A concorrência se dará com produtos como Bohemia Confraria, Devassa, Baden Baden e importadas alemãs e belgas. A distribuição da Bierland nos mercados-alvo focará inicialmente restaurantes e casas especializadas em oferecer cervejas premium, mas Krueger diz que a intenção é seguir o caminho antes trilhado pela Eisenbahn. A Eisenbahn, quando começou a desbravar o mercado paulista, fechou parceria com uma rede de grande porte, o Pão de Açúcar. "Estamos em negociações com parceiros deste tipo", explica.
A Opa Bier, que começou a produção e venda de cervejas em julho, investiu em embalagens long neck e em 600 ml descartáveis. São cinco variedades de cervejas: pilsen, pale ale, porter (escura), trigo e sem álcool.
A Bierland não revela qual será o volume de produção de cerveja, mas no primeiro ano a meta é incrementar em 50% o seu faturamento total. A capacidade total de produção da empresa é de 70 mil litros/mês (para chope e cerveja). A Opa Bier tem capacidade para 190 mil litros/mês (chope e cerveja) e não revela valores de faturamento.
A opção da Bierland e da Opa Bier em produzirem cerveja em breve poderá ser seguida por outras microcervejarias de SC como Das Bier e Schornstein, que possuem projetos nessa área.
Em 2003, a Bierland iniciou a produção com apenas 20 mil litros/mês. Hoje, tem três sócios, um moinho para triturar o malte e 16 pessoas. A Opa Bier, criada em 2006, tem 36 funcionários.
(VALOR)
A Bierland investiu R$ 700 mil para entrar nesse tipo de produção. Parte dos recursos foi financiada. A intenção é chegar com o novo produto aos três Estados do sul do país, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A Opa Bier não revela o investimento, mas fechou parcerias para atuar no sul do país e espera em novembro fechar também com um parceiro sua entrada em São Paulo.
"O mercado de cervejas artesanais cresce de forma gradativa. Não é um produto de grande volume de consumo, mas hoje já existe uma cultura de 'cerveja gourmet', com as pessoas discutindo aroma e sabor, como ocorre com os vinhos", diz Luiz Alexandre de Oliveira, sócio da Opa Bier.
Eduardo Krueger, sócio da Bierland, que passou dois anos estudando a entrada no ramo de cervejas, concorda. Não à toa algumas microcervejarias como Baden Baden e Eisenbahn foram compradas em 2007 e em 2008, respectivamente, pela Schincariol, de olho no potencial deste segmento.
O investimento na produção de cerveja representa o passo mais importante desde que essas microcervejarias foram criadas pela nova dimensão que o negócio poderá tomar. Com prazo de validade de seis meses, a cerveja permite um raio de ação para distribuição maior do que o chope, cuja validade é de até 10 dias.
A intenção é com a cerveja projetar a marca Bierland (os produtos têm o mesmo nome da empresa) no mercado nacional, explica Krueger. Oliveira, da Opa Bier, já faz planos para uma nova unidade da fabricação para dar conta da demanda que espera ser criada.
A nova investida da Bierland chega ao mercado nos próximos dias, com três tipos: trigo, pilsen e escura, todas no tamanho 600 ml. A concorrência se dará com produtos como Bohemia Confraria, Devassa, Baden Baden e importadas alemãs e belgas. A distribuição da Bierland nos mercados-alvo focará inicialmente restaurantes e casas especializadas em oferecer cervejas premium, mas Krueger diz que a intenção é seguir o caminho antes trilhado pela Eisenbahn. A Eisenbahn, quando começou a desbravar o mercado paulista, fechou parceria com uma rede de grande porte, o Pão de Açúcar. "Estamos em negociações com parceiros deste tipo", explica.
A Opa Bier, que começou a produção e venda de cervejas em julho, investiu em embalagens long neck e em 600 ml descartáveis. São cinco variedades de cervejas: pilsen, pale ale, porter (escura), trigo e sem álcool.
A Bierland não revela qual será o volume de produção de cerveja, mas no primeiro ano a meta é incrementar em 50% o seu faturamento total. A capacidade total de produção da empresa é de 70 mil litros/mês (para chope e cerveja). A Opa Bier tem capacidade para 190 mil litros/mês (chope e cerveja) e não revela valores de faturamento.
A opção da Bierland e da Opa Bier em produzirem cerveja em breve poderá ser seguida por outras microcervejarias de SC como Das Bier e Schornstein, que possuem projetos nessa área.
Em 2003, a Bierland iniciou a produção com apenas 20 mil litros/mês. Hoje, tem três sócios, um moinho para triturar o malte e 16 pessoas. A Opa Bier, criada em 2006, tem 36 funcionários.
(VALOR)
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Cidade gaúcha "exporta" churrasqueiros
Nova Bréscia, a 161 km de Porto Alegre, viu sua população encolher de 11 mil para menos de 3.300 habitantes
Apontado como o criador do rodízio de carnes, Albino Ongaratto deu início ao êxodo em 1967
JOSÉ MASCHIO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA BRÉSCIA (RS)
Mesmo sem saber, quem frequenta churrascarias certamente já encontrou um bresciense. Criadores do rodízio de carnes, os naturais de Nova Bréscia (RS) ganharam "know-how" de churrasqueiros e se espalharam pelo Brasil e por 16 países.
Cálculos da Prefeitura de Nova Bréscia (161 km de Porto Alegre) apontam que hoje 10 mil brescienses atuam na atividade longe do município. Por isso, a cidade encolheu -tinha, na década de 60, 11,2 mil habitantes e, hoje, tem menos de 3.300.
O êxodo de brescienses começou em 1967, quando Albino Ongaratto (1928-2007) deixou a cidade natal e montou a churrascaria Jacupiranga, no km 477 da BR-116, em Registro (SP), próximo à divisa com o Paraná.
Apontado como o criador do "espeto corrido", o rodízio de carnes, Ongaratto acabou levando outros brescienses a seguirem seu caminho.
O roteiro geralmente é este: deixam Nova Bréscia na adolescência para trabalhar de copeiro. Depois, passam a garçons e, finalmente, montam uma churrascaria.
Apesar de ajudar a espalhar churrascarias pelo mundo, Nova Bréscia não possui nenhuma. Por quê? O prefeito, Diogenes Laste (PP), 49, esclarece: "É que aqui cada um acha que faz o melhor churrasco. Logo, não precisa de uma churrascaria".
"DIÁSPORA"
Um dos filhos ilustres de Nova Bréscia que seguiu a tradição é Neodir Mocellin, dono da rede Porcão, com unidades no Rio, Brasília e Belo Horizonte.
Os quatro filhos de Germano Laste, 83, também provam esse talento. Ex-alfaiate e representante comercial, Laste viu seus filhos deixarem Nova Bréscia para construírem uma rede de churrascarias pelo Brasil, onde a mais conhecida é a Vento Haragano, em São Paulo.
Muitos voltam para a terra natal para se aposentar. É o caso de João Carlos Biazibetti, 49, que saiu de Nova Bréscia há 20 anos para trabalhar como copeiro no Rio e se tornou dono de churrascarias na capital fluminense e em São Gonçalo.
Hoje, deixou os negócios para os parentes sócios. "Fiz de tudo em uma churrascaria nesses anos. Agora, só quero jogar bocha, cuidar da minha horta e torcer para o Inter."
"Garçom trapalhão" teria criado rodízio
DO ENVIADO A NOVA BRÉSCIA (RS)
A versão preferida pelos brescienses para a criação do "espeto corrido" é a de um garçom trapalhão, que vivia confundindo pedidos na churrascaria Jacupiranga, de Albino Ongaratto, em Registro (SP).
Para resolver a confusão -a troca de espetos-, Ongaratto decretou que os espetos com os diversos tipos de carne seriam passados de mesa em mesa. Surgia o rodízio de carnes.
Adelcio Domingos Cestari, 64, que saiu de Nova Bréscia em 1967 para trabalhar com Ongaratto, prefere atribuir à visão empresarial do ex-patrão a criação do sistema.
"Naquela época não existia rodízio sofisticado como hoje, com muitos tipos de carne. Eram no máximo cinco ou seis as variedades. Albino, com visão, criou o sistema de rodízio para facilitar o serviço e oferecer opções aos clientes", afirma Cestari.
Ele nega ter sido o garçom trapalhão e diz que o sistema criado por Ongaratto foi o "ovo de Colombo" para o crescimento em todo o país das churrascarias. E o "espeto corrido" é o responsável êxodo dos brescienses.
Reverenciado na cidade como herói, Ongaratto deixou uma tradição familiar em churrascarias. Hoje, as segunda e terceira gerações dos Ongaratto administram churrascarias de luxo pelo Brasil. A Batel Grill, em Curitiba(PR), por exemplo, é de descendentes de Ongaratto. (JM)
(Folha de S.Paulo 18/08/2010)
Apontado como o criador do rodízio de carnes, Albino Ongaratto deu início ao êxodo em 1967
JOSÉ MASCHIO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA BRÉSCIA (RS)
Mesmo sem saber, quem frequenta churrascarias certamente já encontrou um bresciense. Criadores do rodízio de carnes, os naturais de Nova Bréscia (RS) ganharam "know-how" de churrasqueiros e se espalharam pelo Brasil e por 16 países.
Cálculos da Prefeitura de Nova Bréscia (161 km de Porto Alegre) apontam que hoje 10 mil brescienses atuam na atividade longe do município. Por isso, a cidade encolheu -tinha, na década de 60, 11,2 mil habitantes e, hoje, tem menos de 3.300.
O êxodo de brescienses começou em 1967, quando Albino Ongaratto (1928-2007) deixou a cidade natal e montou a churrascaria Jacupiranga, no km 477 da BR-116, em Registro (SP), próximo à divisa com o Paraná.
Apontado como o criador do "espeto corrido", o rodízio de carnes, Ongaratto acabou levando outros brescienses a seguirem seu caminho.
O roteiro geralmente é este: deixam Nova Bréscia na adolescência para trabalhar de copeiro. Depois, passam a garçons e, finalmente, montam uma churrascaria.
Apesar de ajudar a espalhar churrascarias pelo mundo, Nova Bréscia não possui nenhuma. Por quê? O prefeito, Diogenes Laste (PP), 49, esclarece: "É que aqui cada um acha que faz o melhor churrasco. Logo, não precisa de uma churrascaria".
"DIÁSPORA"
Um dos filhos ilustres de Nova Bréscia que seguiu a tradição é Neodir Mocellin, dono da rede Porcão, com unidades no Rio, Brasília e Belo Horizonte.
Os quatro filhos de Germano Laste, 83, também provam esse talento. Ex-alfaiate e representante comercial, Laste viu seus filhos deixarem Nova Bréscia para construírem uma rede de churrascarias pelo Brasil, onde a mais conhecida é a Vento Haragano, em São Paulo.
Muitos voltam para a terra natal para se aposentar. É o caso de João Carlos Biazibetti, 49, que saiu de Nova Bréscia há 20 anos para trabalhar como copeiro no Rio e se tornou dono de churrascarias na capital fluminense e em São Gonçalo.
Hoje, deixou os negócios para os parentes sócios. "Fiz de tudo em uma churrascaria nesses anos. Agora, só quero jogar bocha, cuidar da minha horta e torcer para o Inter."
"Garçom trapalhão" teria criado rodízio
DO ENVIADO A NOVA BRÉSCIA (RS)
A versão preferida pelos brescienses para a criação do "espeto corrido" é a de um garçom trapalhão, que vivia confundindo pedidos na churrascaria Jacupiranga, de Albino Ongaratto, em Registro (SP).
Para resolver a confusão -a troca de espetos-, Ongaratto decretou que os espetos com os diversos tipos de carne seriam passados de mesa em mesa. Surgia o rodízio de carnes.
Adelcio Domingos Cestari, 64, que saiu de Nova Bréscia em 1967 para trabalhar com Ongaratto, prefere atribuir à visão empresarial do ex-patrão a criação do sistema.
"Naquela época não existia rodízio sofisticado como hoje, com muitos tipos de carne. Eram no máximo cinco ou seis as variedades. Albino, com visão, criou o sistema de rodízio para facilitar o serviço e oferecer opções aos clientes", afirma Cestari.
Ele nega ter sido o garçom trapalhão e diz que o sistema criado por Ongaratto foi o "ovo de Colombo" para o crescimento em todo o país das churrascarias. E o "espeto corrido" é o responsável êxodo dos brescienses.
Reverenciado na cidade como herói, Ongaratto deixou uma tradição familiar em churrascarias. Hoje, as segunda e terceira gerações dos Ongaratto administram churrascarias de luxo pelo Brasil. A Batel Grill, em Curitiba(PR), por exemplo, é de descendentes de Ongaratto. (JM)
(Folha de S.Paulo 18/08/2010)
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Clientes comem deitados em restaurante alemão
O Bedtaste fica dentro de um barco e troca as cadeiras e mesas por camas
Nada de mesas e cadeiras. No Bedtaste (“gosto de cama”, um trocadilho com a expressão em inglês bad taste, mau gosto), restaurante alemão flutuante, as pessoas comem deitadas em confortáveis camas.
O barco navega pelo rio Rhine, na cidade de Düsseldorf, enquanto os clientes podem aproveitar refeições em um clima aconchegante e sexy, com direito a DJ tocando música eletrônica.
Nada de mesas e cadeiras. No Bedtaste (“gosto de cama”, um trocadilho com a expressão em inglês bad taste, mau gosto), restaurante alemão flutuante, as pessoas comem deitadas em confortáveis camas.
O barco navega pelo rio Rhine, na cidade de Düsseldorf, enquanto os clientes podem aproveitar refeições em um clima aconchegante e sexy, com direito a DJ tocando música eletrônica.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Manoel foi pro céu
RIO DE JANEIRO - O garçom é o melhor amigo do homem. Uma frase como essa pega até mal hoje em dia, tempo que se julga saudável. Mas, como diziam os antigos boêmios, não se faz amigo em leiteria.
Os bons garçons são testemunhas dessas amizades, confidentes, conselheiros, psicólogos, têm uma paciência monástica. São amigos.
Manoel Beserra Mota era assim. Morreu no domingo passado, aos 49 anos, de ataque cardíaco. Excesso de coração, provavelmente.
Reverenciá-lo aqui não se trata de uma questão pessoal. Para tentar entender a dor e a delícia de viver no Rio de Janeiro, é preciso conhecer a Lapa, o cruzamento de classes, gerações e sentimentos em suas esquinas.
Para conhecer a Lapa, é fundamental conhecer o Nova Capela, salão da boemia tradicional, desdobramento do antigo Capela, criado em 1923 em outro endereço e que recebia Madame Satã e demais figuras míticas do bairro.
E, para conhecer bem o Nova Capela, sempre foi necessário sentar-se nas mesas muito bem servidas por Manoel e por Cícero Rodrigues Araújo. O primeiro tinha 24 anos de casa. O segundo tem 20.
Na noite de quinta-feira, órfãos de Manoel foram dividir suas mágoas com Cícero, que continha as lágrimas ao se lembrar do amigo. Nem todos os ouvintes conseguiram fazer o mesmo.
Como no samba feito de filho para pai, naquela mesa estava faltando ele e a saudade dele doía. Mas a cerimônia do adeus não foi soturna. Seria ofensivo à alegria de Manoel.
Foi melhor lembrar de sua memória rigorosa (sabia as preferências de cada cliente) e da indiscrição divertida (dava aos presentes notícias sobre os amigos ausentes). Como disse um dos órfãos, era um garçom que recebia as pessoas com abraços. Gente assim faz falta. À Lapa, ao Rio, à humanidade.
(Por Luiz Fernando Vianna/Folha de S.Paulo 25/07/2010)
Os bons garçons são testemunhas dessas amizades, confidentes, conselheiros, psicólogos, têm uma paciência monástica. São amigos.
Manoel Beserra Mota era assim. Morreu no domingo passado, aos 49 anos, de ataque cardíaco. Excesso de coração, provavelmente.
Reverenciá-lo aqui não se trata de uma questão pessoal. Para tentar entender a dor e a delícia de viver no Rio de Janeiro, é preciso conhecer a Lapa, o cruzamento de classes, gerações e sentimentos em suas esquinas.
Para conhecer a Lapa, é fundamental conhecer o Nova Capela, salão da boemia tradicional, desdobramento do antigo Capela, criado em 1923 em outro endereço e que recebia Madame Satã e demais figuras míticas do bairro.
E, para conhecer bem o Nova Capela, sempre foi necessário sentar-se nas mesas muito bem servidas por Manoel e por Cícero Rodrigues Araújo. O primeiro tinha 24 anos de casa. O segundo tem 20.
Na noite de quinta-feira, órfãos de Manoel foram dividir suas mágoas com Cícero, que continha as lágrimas ao se lembrar do amigo. Nem todos os ouvintes conseguiram fazer o mesmo.
Como no samba feito de filho para pai, naquela mesa estava faltando ele e a saudade dele doía. Mas a cerimônia do adeus não foi soturna. Seria ofensivo à alegria de Manoel.
Foi melhor lembrar de sua memória rigorosa (sabia as preferências de cada cliente) e da indiscrição divertida (dava aos presentes notícias sobre os amigos ausentes). Como disse um dos órfãos, era um garçom que recebia as pessoas com abraços. Gente assim faz falta. À Lapa, ao Rio, à humanidade.
(Por Luiz Fernando Vianna/Folha de S.Paulo 25/07/2010)
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Nem parece cerveja
Amargas ou hiperalcoólicas, as extremas chegam para desafiar o paladar tradicional
Beba com moderação é um aviso sério para os apreciadores das cervejas extremas. Para começar, pelo teor de álcool delas. Enquanto uma cerveja pilsen comum tem por volta de 5% de gradação alcoólica, as extremas, como são conhecidas, começam em 10% e chegam a 40%.
As extremas surgiram há cerca de dez anos entre as microcervejarias artesanais nos Estados Unidos, inspiradas na variedade de ingredientes e sabores das cervejas belgas, que usam açúcares, frutas e especiarias para aumentar a densidade e complexidade da bebida.
São feitas em pequena escala e têm pouco gás, porque ele não resiste bem a essa proporção de álcool. Como a ideia é criar produtos surpreendentes e fora do comum, as cervejarias que as produzem costumam trazer novidades inusitadas. A cada ano, os produtores artesanais criam e aperfeiçoam receitas, elaborando cervejas mais fortes e complexas, muitas com até dez vezes mais lúpulo do que as versões industriais. A detentora atual do recorde de mais forte é a recém-lançada Sink The Bismarck, da cervejaria escocesa BrewDog, com estonteantes 41% de gradação alcoólica, semelhante a destilados como vodca e cachaça. A segunda mais forte é a alemã Schorschbock 40, lançada também este ano, com 40% de álcool por volume. Como é impossível obter essa proporção de álcool apenas por fermentação, a rigor essas bebidas não podem ser consideradas cervejas, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin. “São bebidas licorosas à base de cerveja, para final de refeição, como um licor ou um conhaque”, diz.
(Por Verônica Mambrini - Isto É - 12/03/10)
Beba com moderação é um aviso sério para os apreciadores das cervejas extremas. Para começar, pelo teor de álcool delas. Enquanto uma cerveja pilsen comum tem por volta de 5% de gradação alcoólica, as extremas, como são conhecidas, começam em 10% e chegam a 40%.
As extremas surgiram há cerca de dez anos entre as microcervejarias artesanais nos Estados Unidos, inspiradas na variedade de ingredientes e sabores das cervejas belgas, que usam açúcares, frutas e especiarias para aumentar a densidade e complexidade da bebida.
São feitas em pequena escala e têm pouco gás, porque ele não resiste bem a essa proporção de álcool. Como a ideia é criar produtos surpreendentes e fora do comum, as cervejarias que as produzem costumam trazer novidades inusitadas. A cada ano, os produtores artesanais criam e aperfeiçoam receitas, elaborando cervejas mais fortes e complexas, muitas com até dez vezes mais lúpulo do que as versões industriais. A detentora atual do recorde de mais forte é a recém-lançada Sink The Bismarck, da cervejaria escocesa BrewDog, com estonteantes 41% de gradação alcoólica, semelhante a destilados como vodca e cachaça. A segunda mais forte é a alemã Schorschbock 40, lançada também este ano, com 40% de álcool por volume. Como é impossível obter essa proporção de álcool apenas por fermentação, a rigor essas bebidas não podem ser consideradas cervejas, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin. “São bebidas licorosas à base de cerveja, para final de refeição, como um licor ou um conhaque”, diz.
(Por Verônica Mambrini - Isto É - 12/03/10)
domingo, 8 de agosto de 2010
Empresa cria tampa de silicone para garrafa de cerveja
Produto evita desperdício da bebida
Para muitas pessoas cerveja é assunto sério. Para os designers criadores da Beer Saver, além de sério, o assunto está rendendo dinheiro. Pensando em evitar o desperdício da bebida, que precisa ser consumida imediatamente após abrir a garrafa para não perder o gás e ficar com gosto desagradável, os designers desenvolverem esse novo produto, uma tampinha universal para garrafas de cerveja.
Feita de silicone, ela se ajusta aos gargalos das garrafas e mantém a bebida restante fresca e com gás, boa para ser consumida. Além disso, também são práticas e podem ser reutilizadas, basta lavar com água. As tampinhas podem ser adquiridas no site da marca por $ 8 (o equivalente a aproximadamente R$ 15) o kit com 5 unidades.
Para muitas pessoas cerveja é assunto sério. Para os designers criadores da Beer Saver, além de sério, o assunto está rendendo dinheiro. Pensando em evitar o desperdício da bebida, que precisa ser consumida imediatamente após abrir a garrafa para não perder o gás e ficar com gosto desagradável, os designers desenvolverem esse novo produto, uma tampinha universal para garrafas de cerveja.
Feita de silicone, ela se ajusta aos gargalos das garrafas e mantém a bebida restante fresca e com gás, boa para ser consumida. Além disso, também são práticas e podem ser reutilizadas, basta lavar com água. As tampinhas podem ser adquiridas no site da marca por $ 8 (o equivalente a aproximadamente R$ 15) o kit com 5 unidades.
domingo, 1 de agosto de 2010
Rio Grande do Sul vive boom de cervejas caseiras e artesanais
Encontro mensal com especialistas e abertura de fábricas movimentam mercado gaúcho
Desde 1995, o Estado assistiu ao surgimento de 28 microcervejarias; existem ainda 250produtores caseiros
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
Uma vez por mês, Sady Homrich, baterista da banda de rock Nenhum de Nós, comanda um "talk show", em um centro cultural de Porto Alegre, que só fala de cerveja.
Diante de uma plateia com copos na mão, Sady entrevista mestres cervejeiros e fabricantes sobre fermentação, origem dos ingredientes e detalhes que tornam a cerveja artesanal uma verdadeira febre em Porto Alegre.
O público do "Extra-Malte" espelha o crescimento dos negócios e, com eles, o resgate de uma tradição cultural em uma região marcada pela imigração alemã.
Em 1995, foi aberta a primeira microcervejaria no Estado. Hoje, há 250 cervejeiros caseiros e 28 microcervejarias em atividade. O boom ocorreu nos últimos cinco anos, segundo a Acerva Gaúcha (Associação dos Cervejeiros Artesanais do RS).
No Brasil, as cervejas artesanais responderam por 1% dos 10,9 bilhões de litros consumidos no ano passado. Em países como os EUA, a fatia chega a 5%.
O crescimento econômico e o aumento do poder aquisitivo da população tornaram o ambiente propício para empreendedores como Glauco Caon, 36, sociólogo. Ele e o irmão, o publicitário Guilherme, começaram a fazer cerveja na garagem de casa em 2007 para consumo próprio.
"A primeira cerveja que tiramos era a pior coisa que eu tinha experimentado. A gente estudou muito com livros e bateu cabeça até que começou a fazer cervejas de qualidade conseguindo repetir o processo e a receita", conta Caon, que fabrica a Anner.
No ano passado, a produção caseira atingiu seu pico de 200 litros mensais. Glauco abandonou o estudo de golfinhos e baleias para se dedicar integralmente à cerveja.
Os irmãos arrendaram equipamentos de uma microcervejaria. Após investirem R$ 7.000, a produção deve atingir 1.800 litros por mês.
A caçula do mercado é a Heilige, de Santa Cruz do Sul (150 km de Porto Alegre).
Inaugurada em abril, a microcervejaria consumiu investimento de R$ 2 milhões e produz mensalmente 8.000 litros. A produção vai saltar a 22 mil litros quando o verão chegar, projeta um dos donos, Rodrigo Jung, 29.
(Folha de S.Paulo 13/06/2010)
Desde 1995, o Estado assistiu ao surgimento de 28 microcervejarias; existem ainda 250produtores caseiros
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
Uma vez por mês, Sady Homrich, baterista da banda de rock Nenhum de Nós, comanda um "talk show", em um centro cultural de Porto Alegre, que só fala de cerveja.
Diante de uma plateia com copos na mão, Sady entrevista mestres cervejeiros e fabricantes sobre fermentação, origem dos ingredientes e detalhes que tornam a cerveja artesanal uma verdadeira febre em Porto Alegre.
O público do "Extra-Malte" espelha o crescimento dos negócios e, com eles, o resgate de uma tradição cultural em uma região marcada pela imigração alemã.
Em 1995, foi aberta a primeira microcervejaria no Estado. Hoje, há 250 cervejeiros caseiros e 28 microcervejarias em atividade. O boom ocorreu nos últimos cinco anos, segundo a Acerva Gaúcha (Associação dos Cervejeiros Artesanais do RS).
No Brasil, as cervejas artesanais responderam por 1% dos 10,9 bilhões de litros consumidos no ano passado. Em países como os EUA, a fatia chega a 5%.
O crescimento econômico e o aumento do poder aquisitivo da população tornaram o ambiente propício para empreendedores como Glauco Caon, 36, sociólogo. Ele e o irmão, o publicitário Guilherme, começaram a fazer cerveja na garagem de casa em 2007 para consumo próprio.
"A primeira cerveja que tiramos era a pior coisa que eu tinha experimentado. A gente estudou muito com livros e bateu cabeça até que começou a fazer cervejas de qualidade conseguindo repetir o processo e a receita", conta Caon, que fabrica a Anner.
No ano passado, a produção caseira atingiu seu pico de 200 litros mensais. Glauco abandonou o estudo de golfinhos e baleias para se dedicar integralmente à cerveja.
Os irmãos arrendaram equipamentos de uma microcervejaria. Após investirem R$ 7.000, a produção deve atingir 1.800 litros por mês.
A caçula do mercado é a Heilige, de Santa Cruz do Sul (150 km de Porto Alegre).
Inaugurada em abril, a microcervejaria consumiu investimento de R$ 2 milhões e produz mensalmente 8.000 litros. A produção vai saltar a 22 mil litros quando o verão chegar, projeta um dos donos, Rodrigo Jung, 29.
(Folha de S.Paulo 13/06/2010)
domingo, 18 de julho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
O novo status da cerveja
O consumo de cerveja no Brasil está mudando. Cervejas especiais, com os mais variados aromas e sabores, estão sendo adicionadas ao cardápio de bares e restaurantes. São cervejas feitas de trigo, maturadas em carvalho, com toques de mel, café – ou até rapadura. Algumas, a exemplo dos vinhos, têm a safra estampada no rótulo.
Clique aqui para ler a matéria.
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terça-feira, 1 de junho de 2010
Cervejaria bávara alega estimular a vida sexual dos consumidores
Um cervejeiro da Bavária está convencido de que descobriu a "primeira cerveja sexy do mundo", uma bebida que aumenta não só a libido, mas também a fertilidade e a potência. A "Cerveja Erótica" acabará revelando-se melhor do que o Viagra?
Jürgen Hopf encaixa-se no estereótipo do fabricante bávaro de cerveja, com o seu chapéu de feltro tradicional, as bochechas rosadas e a barriga de cerveja proeminente, que ele exibe com orgulho. Mas Hopf adicionou à bebida favorita da Alemanha uma características incomum, criando a cerveja expansora da libido.
E a poção criada por ele quase sete anos atrás tem sido um sucesso cada vez maior. As vendas das garrafas adornadas com a foto de uma mulher tirando o sutiã representam atualmente mais de um décimo de todas as vendas de cerveja na sua cidade.
Mas Hopf diz que a sua invenção ocorreu por acaso. "Eu trabalho em uma cervejaria na qual todos os processos são automatizados. Em uma noite, porém, o sistema apresentou defeito e me ligaram para que eu tentasse consertá-lo. Eu moro em frente à fábrica, do outro lado da rua", disse ele a "Spiegel Online". "Estava no meio da noite e não havia ninguém à vista, de forma que atravessei a rua usando apenas cuecas e sandálias de dedo".
O que aconteceu a seguir é algo que Hopf descreve como sendo pura mágica. Quando ele entrou na cervejaria a máquina estava totalmente defeituosa, e não dava para ligá-la novamente. Semi-nu, sem mangas para arregaçar, ele pegou uma ripa grande e começou a mexer a mistura grossa com os braços. "Subitamente, senti algo de estranho, e percebi que essa cerveja seria diferente de qualquer outra que eu havia feito anteriormente", recorda-se ele.
Tanga bávara
E foi o que aconteceu. Dois meses depois, a cerveja que ele produziu naquela noite de 2002 tornara-se uma verdadeira lenda local. Todos os moradores da vila de Schönbrunn - uma localidade de 1.400 habitantes no centro das Montanhas Fichtelgebirge, na Baviera - que provaram a bebida disseram ter experimentado um aumento drástico da libido. "Todos com quem conversei me disseram que não assistiam à televisão havia semanas", conta Hopf, rindo. "Em vez disso, eles iam direto para o quarto, sem perder tempo!".
Hopf produziu a sua "Cerveja Erótica" em lotes ainda maiores. Mas cada garrafa é ainda produzida artesanalmente no meio da noite pelo cervejeiro de 53 anos, que usa apenas uma minúscula e tradicional tanga bávara quando está fazendo cerveja.
Atualmente a sua invenção tornou-se um dos produtos de maior sucesso de sua pequena vila, cuja principal atividade econômica é a agricultura, e que só conta com umas poucas pequenas empresas familiares.
Embora se acreditasse comumente que a cerveja reduz a fertilidade masculina, outras companhias - como a maior rede de lojas eróticas da Alemanha, a Beate Uhse - tentaram comercializar versões estimuladoras da libido da bebida favorita do país. A "Popp-Bier", com um teor alcoólico de 4,8%, chegou às prateleiras em 2007, mas não fez sucesso, devido ao seu preço salgado de quase 10 euros (R$ 27) a garrafa.
Já a "Cerveja Erótica" de Hopf foi um sucesso imediato quando foi revelada em um festival de cerveja em Milão, na Itália, em 2002. "Os machões italianos ficaram absolutamente loucos com ela", recorda Hopf, cujo nome é quase idêntico à tradução para o alemão da palavra lúpulo - a flor utilizada na fabricação da cerveja.
Uma poção milagrosa
Desde a sua estreia em Milão, a companhia passou a fabricar outros produtos com a sua marca, vendendo suportes para copos, camisetas, abridores de garrafa e copos de cerveja, bem como uma geladeira especial, com a logomarca da cervejaria e uma foto de uma mulher semi-nua colada na porta.
Na Oktoberfest de 2007 - o festival anual da cerveja em Munique -, disseram a Hopf que a sua cerveja tinha ajudado uma mulher infértil do Reino Unido a engravidar. A explicação dele: a cerveja deve ser uma poção milagrosa.
A bebida é o resultado de um processo de fabricação incomum. Após ser fermentada, a cerveja é armazenada em um "Porão de Cerveja Erótica"
especial, separada dos outros 13 tipos de cerveja produzidos pela empresa da família. Sobre a cerveja incide uma luz de neon, e é reproduzida no aposento a música "Also Sprach Zarathustra", do compositor romântico alemão Richard Strauss. "Essa é a única música que faz a mágica acontecer", explica Hopf.
"A minha vida mudou desde a minha descoberta em 2002", diz ele. "E não estou falando da minha vida como cervejeiro. Estou casado há 25 anos, e não vou lhe contar muita coisa sobre a minha mulher, mas posso lhe dizer que ela é uma fã da Cerveja Erótica".
(Fonte: Der Spiegel/Josie Cox)
Jürgen Hopf encaixa-se no estereótipo do fabricante bávaro de cerveja, com o seu chapéu de feltro tradicional, as bochechas rosadas e a barriga de cerveja proeminente, que ele exibe com orgulho. Mas Hopf adicionou à bebida favorita da Alemanha uma características incomum, criando a cerveja expansora da libido.
E a poção criada por ele quase sete anos atrás tem sido um sucesso cada vez maior. As vendas das garrafas adornadas com a foto de uma mulher tirando o sutiã representam atualmente mais de um décimo de todas as vendas de cerveja na sua cidade.
Mas Hopf diz que a sua invenção ocorreu por acaso. "Eu trabalho em uma cervejaria na qual todos os processos são automatizados. Em uma noite, porém, o sistema apresentou defeito e me ligaram para que eu tentasse consertá-lo. Eu moro em frente à fábrica, do outro lado da rua", disse ele a "Spiegel Online". "Estava no meio da noite e não havia ninguém à vista, de forma que atravessei a rua usando apenas cuecas e sandálias de dedo".
O que aconteceu a seguir é algo que Hopf descreve como sendo pura mágica. Quando ele entrou na cervejaria a máquina estava totalmente defeituosa, e não dava para ligá-la novamente. Semi-nu, sem mangas para arregaçar, ele pegou uma ripa grande e começou a mexer a mistura grossa com os braços. "Subitamente, senti algo de estranho, e percebi que essa cerveja seria diferente de qualquer outra que eu havia feito anteriormente", recorda-se ele.
Tanga bávara
E foi o que aconteceu. Dois meses depois, a cerveja que ele produziu naquela noite de 2002 tornara-se uma verdadeira lenda local. Todos os moradores da vila de Schönbrunn - uma localidade de 1.400 habitantes no centro das Montanhas Fichtelgebirge, na Baviera - que provaram a bebida disseram ter experimentado um aumento drástico da libido. "Todos com quem conversei me disseram que não assistiam à televisão havia semanas", conta Hopf, rindo. "Em vez disso, eles iam direto para o quarto, sem perder tempo!".
Hopf produziu a sua "Cerveja Erótica" em lotes ainda maiores. Mas cada garrafa é ainda produzida artesanalmente no meio da noite pelo cervejeiro de 53 anos, que usa apenas uma minúscula e tradicional tanga bávara quando está fazendo cerveja.
Atualmente a sua invenção tornou-se um dos produtos de maior sucesso de sua pequena vila, cuja principal atividade econômica é a agricultura, e que só conta com umas poucas pequenas empresas familiares.
Embora se acreditasse comumente que a cerveja reduz a fertilidade masculina, outras companhias - como a maior rede de lojas eróticas da Alemanha, a Beate Uhse - tentaram comercializar versões estimuladoras da libido da bebida favorita do país. A "Popp-Bier", com um teor alcoólico de 4,8%, chegou às prateleiras em 2007, mas não fez sucesso, devido ao seu preço salgado de quase 10 euros (R$ 27) a garrafa.
Já a "Cerveja Erótica" de Hopf foi um sucesso imediato quando foi revelada em um festival de cerveja em Milão, na Itália, em 2002. "Os machões italianos ficaram absolutamente loucos com ela", recorda Hopf, cujo nome é quase idêntico à tradução para o alemão da palavra lúpulo - a flor utilizada na fabricação da cerveja.
Uma poção milagrosa
Desde a sua estreia em Milão, a companhia passou a fabricar outros produtos com a sua marca, vendendo suportes para copos, camisetas, abridores de garrafa e copos de cerveja, bem como uma geladeira especial, com a logomarca da cervejaria e uma foto de uma mulher semi-nua colada na porta.
Na Oktoberfest de 2007 - o festival anual da cerveja em Munique -, disseram a Hopf que a sua cerveja tinha ajudado uma mulher infértil do Reino Unido a engravidar. A explicação dele: a cerveja deve ser uma poção milagrosa.
A bebida é o resultado de um processo de fabricação incomum. Após ser fermentada, a cerveja é armazenada em um "Porão de Cerveja Erótica"
especial, separada dos outros 13 tipos de cerveja produzidos pela empresa da família. Sobre a cerveja incide uma luz de neon, e é reproduzida no aposento a música "Also Sprach Zarathustra", do compositor romântico alemão Richard Strauss. "Essa é a única música que faz a mágica acontecer", explica Hopf.
"A minha vida mudou desde a minha descoberta em 2002", diz ele. "E não estou falando da minha vida como cervejeiro. Estou casado há 25 anos, e não vou lhe contar muita coisa sobre a minha mulher, mas posso lhe dizer que ela é uma fã da Cerveja Erótica".
(Fonte: Der Spiegel/Josie Cox)
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Um brinde à felicidade
Uma pesquisa norueguesa mostra que o consumo moderado de álcool pode evitar a depressão
Naiara Magalhães
Os benefícios do consumo moderado de álcool para a saúde do coração, o controle do stress e, enfim, para uma vida mais longeva vêm sendo repetidos à exaustão desde a década de 70. À lista das benesses oferecidas por alguns goles de vinho no almoço ou uma dose de uísque depois de um dia exaustivo de trabalho, pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega acabam de incluir um novo item: a incidência de depressão é menor entre homens e mulheres que bebem com parcimônia. Publicado na revista científica Addiction, o trabalho avaliou os hábitos alcoólicos de 38 000 pessoas durante duas semanas. Em seguida, fez-se o cruzamento dessas informações com a incidência de sintomas depressivos naquele mesmo grupo de pessoas. A conclusão foi que a probabilidade de alguém que nunca bebe nada sofrer de depressão é 50% maior do que a de alguém que bebe com moderação.
As investigações sobre os benefícios da bebida para a saúde da mente são raríssimas – ao contrário dos estudos sobre os efeitos deletérios do uso abusivo de álcool. Já está bem documentado que, consumido em excesso, o álcool reduz as taxas cerebrais de dopamina, o neurotransmissor associado à sensação de prazer – o que propicia a depressão. Do ponto de vista fisiológico, não se encontrou nada que explique por que o uso comedido de bebida reduz os riscos de depressão. Para os especialistas, essa relação só pode ser analisada sob o aspecto comportamental. Os chamados bebedores moderados têm um estilo de vida que os protege contra a doença. Em geral, eles tomam umas e (poucas) outras entre amigos e familiares. Ou seja, dispõem de uma rede de relações pessoais próximas e se organizam em atividades sociais para as quais a bebida funciona como elemento agregador – tudo isso, é claro, ajuda a manter a depressão longe. "Alguns estudos já demonstraram que os abstêmios experimentam algum tipo de exclusão social", disse, em entrevista ao site Science Daily, o neurocientista Eystein Stordal, um dos autores da pesquisa norueguesa. Além disso, os parcimoniosos do copo não usam o álcool como muleta para suas inseguranças, ansiedades e frustrações, ao contrário dos bebedores de risco e dos alcoólatras. Diz a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, em São Paulo: "Os bebedores moderados não cometem excessos e não acumulam prejuízos que poderiam favorecer a depressão, como a deterioração das relações familiares e a perda do emprego".
Em pequenas quantidades, a bebida pode promover uma desinibição prazerosa. O álcool estimula a ação do Gaba, neurotransmissor inibidor do sistema nervoso central. É isso que causa aquela sensação de relaxamento que faz o mundo ficar mais divertido. É a explicação fisiológica para a tirada clássica do crítico e editor americano George Jean Nathan: "Bebo para tornar as pessoas mais interessantes". Só um ponto permanece obscuro nessa história: onde os pesquisadores encontraram noruegueses que bebem moderadamente?
Naiara Magalhães
Os benefícios do consumo moderado de álcool para a saúde do coração, o controle do stress e, enfim, para uma vida mais longeva vêm sendo repetidos à exaustão desde a década de 70. À lista das benesses oferecidas por alguns goles de vinho no almoço ou uma dose de uísque depois de um dia exaustivo de trabalho, pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega acabam de incluir um novo item: a incidência de depressão é menor entre homens e mulheres que bebem com parcimônia. Publicado na revista científica Addiction, o trabalho avaliou os hábitos alcoólicos de 38 000 pessoas durante duas semanas. Em seguida, fez-se o cruzamento dessas informações com a incidência de sintomas depressivos naquele mesmo grupo de pessoas. A conclusão foi que a probabilidade de alguém que nunca bebe nada sofrer de depressão é 50% maior do que a de alguém que bebe com moderação.
As investigações sobre os benefícios da bebida para a saúde da mente são raríssimas – ao contrário dos estudos sobre os efeitos deletérios do uso abusivo de álcool. Já está bem documentado que, consumido em excesso, o álcool reduz as taxas cerebrais de dopamina, o neurotransmissor associado à sensação de prazer – o que propicia a depressão. Do ponto de vista fisiológico, não se encontrou nada que explique por que o uso comedido de bebida reduz os riscos de depressão. Para os especialistas, essa relação só pode ser analisada sob o aspecto comportamental. Os chamados bebedores moderados têm um estilo de vida que os protege contra a doença. Em geral, eles tomam umas e (poucas) outras entre amigos e familiares. Ou seja, dispõem de uma rede de relações pessoais próximas e se organizam em atividades sociais para as quais a bebida funciona como elemento agregador – tudo isso, é claro, ajuda a manter a depressão longe. "Alguns estudos já demonstraram que os abstêmios experimentam algum tipo de exclusão social", disse, em entrevista ao site Science Daily, o neurocientista Eystein Stordal, um dos autores da pesquisa norueguesa. Além disso, os parcimoniosos do copo não usam o álcool como muleta para suas inseguranças, ansiedades e frustrações, ao contrário dos bebedores de risco e dos alcoólatras. Diz a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, em São Paulo: "Os bebedores moderados não cometem excessos e não acumulam prejuízos que poderiam favorecer a depressão, como a deterioração das relações familiares e a perda do emprego".
Em pequenas quantidades, a bebida pode promover uma desinibição prazerosa. O álcool estimula a ação do Gaba, neurotransmissor inibidor do sistema nervoso central. É isso que causa aquela sensação de relaxamento que faz o mundo ficar mais divertido. É a explicação fisiológica para a tirada clássica do crítico e editor americano George Jean Nathan: "Bebo para tornar as pessoas mais interessantes". Só um ponto permanece obscuro nessa história: onde os pesquisadores encontraram noruegueses que bebem moderadamente?
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Estudos sugerem que bebida moderada pode ajudar o cérebro
Uma revisão de estudos constatou que pessoas acima dos 60 anos, que consomem quantidades moderadas de álcool, apresentam risco menor de desenvolver Alzheimer e outras demências. Esta análise foi publicada na edição de julho do The American Journal of Geriatric Psychiatry, e revisou 15 estudos que, juntos, fizeram um acompanhamento de 28 mil participantes por pelo menos dois anos, envolvendo controle de idade, sexo, uso de tabaco, entre outros fatores. Bebedores homens reduziram seu risco de demência em 45%, e as mulheres em 27%, quando comparados aos abstêmios. “O uso do álcool deve ser sempre moderado, independente da faixa etária, porém pessoas idosas possuem outras complicações que podem ser agravadas pelo uso de substâncias alcoólicas”, alerta o enfermeiro e tutor do Portal Educação, Alisson Daniel. De acordo com os pesquisadores, estudar os efeitos do álcool sobre a demência não é fácil, graças a fatores como o tipo de bebida, padrões de quantidade e comportamentos individuais, que podem interagir com o álcool para afetar a acuidade mental. Mas existem evidências de outros estudos de que o consumo moderado pode aumentar o HDL, ou “colesterol bom”, melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir a coagulação de sangue. Segundo os autores destes estudos, estes três fatores podem reduzir o risco de demência. Por outro lado, eles evitam tirar conclusões precipitadas e afirmam que essa relação do álcool na saúde mental deve ser avaliada junto a todas as evidências já disponíveis.
domingo, 16 de maio de 2010
Empresa japonesa cria cerveja à base de leite
A Abshiri Beer, uma pequena cervejaria localizada no norte do Japão, decidiu usar a criatividade e lançar uma cerveja azul e outra feita à base de leite.
Depois do sucesso da cerveja vermelha e verde, a empresa japonesa se inspirou na cor do Oceano Pacífico e nas gelerias da Sibéria para criar a cerveja azul. Segundo o fabricante, o teor alcoolico é de 5%. O tom azulado é alcançado a partir da pigmentação extraída de algas marinhas. O público-alvo da Abshiri são as mulheres.
Já a Bilk é uma mistura de malte com leite. Segundo a Abshiri a ideia de produzir a bebida surgiu para aumentar o baixo consumo de leite no país. Quem provou a bebida diz que o sabor é adocicado e pouco se parece com o da cerveja comum.
Depois do sucesso da cerveja vermelha e verde, a empresa japonesa se inspirou na cor do Oceano Pacífico e nas gelerias da Sibéria para criar a cerveja azul. Segundo o fabricante, o teor alcoolico é de 5%. O tom azulado é alcançado a partir da pigmentação extraída de algas marinhas. O público-alvo da Abshiri são as mulheres.
Já a Bilk é uma mistura de malte com leite. Segundo a Abshiri a ideia de produzir a bebida surgiu para aumentar o baixo consumo de leite no país. Quem provou a bebida diz que o sabor é adocicado e pouco se parece com o da cerveja comum.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Queijo e vinho é coisa do século passado. Agora é queijo e cerveja!
“Ao contrário da combinação de queijo com vinho, na qual os sabores geralmente estão em contraste, a boa harmonização entre queijo e cerveja é pautada pela harmonia, quando os dois ficam ainda melhor juntos do que separados. Um acentua o que outro tem de bom. Por exemplo: um filé alto. Geralmente seria acompanhado por um tinto encorpado, mais tânico, que abafaria o sabor do grelhado. Eu recomendaria uma cerveja com toque maltado, caramelado, que realçaria a suculência e o tostado do exterior da carne.” Veja aqui matéria completa.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Profissionais da madrugada reclamam do excesso de restrições à vida noturna
Restrições impostas pela combinação de leis Antifumo e do Psiu prejudicam quem trabalha à noite. É o que dizem taxistas e donos de estabelecimentos ouvidos pela Folha. Veja aqui o vídeo.
domingo, 11 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Brasil já produz mais cerveja que a Alemanha
A produção de cerveja no Brasil cresceu 5,24% em 2009. Com esse avanço, o país passou a ocupar o quarto lugar no ranking mundial, ultrapassando a Alemanha. A produção no ano passado foi de 10,9 bilhões de litros de cerveja, contra 10,34 bilhões de litros produzidos em 2008. O Brasil agora só perde para China, Estados Unidos e Rússia em volume de produção. A informação é do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).
Segundo o sindicato, após o ano de crise na economia e forte pressão ocorrida com o aumento dos impostos federais, o setor cervejeiro voltou a confirmar a tendência de crescimento dos últimos anos.
"Devemos ressaltar que o Governo Federal e os Estados socorreram diversos segmentos da economia, com redução de impostos, dentre outras concessões. O setor cervejeiro, além de não receber subsídios, ainda teve que absorver, sem repassar para os preços dos produtos, um aumento de impostos federais na ordem de 15%", disse o superintendente executivo do Sindicerv, Enio Rodrigues, em nota divulgada à imprensa.
Segundo a entidade, fatores positivos ajudaram o setor cervejeiro, como o verão de altas temperaturas e aumento da renda imediata do consumidor Brasileiro. Uma melhora no desempenho operacional das empresas também contribuiu para o aumento dos volumes. (O Globo)
Segundo o sindicato, após o ano de crise na economia e forte pressão ocorrida com o aumento dos impostos federais, o setor cervejeiro voltou a confirmar a tendência de crescimento dos últimos anos.
"Devemos ressaltar que o Governo Federal e os Estados socorreram diversos segmentos da economia, com redução de impostos, dentre outras concessões. O setor cervejeiro, além de não receber subsídios, ainda teve que absorver, sem repassar para os preços dos produtos, um aumento de impostos federais na ordem de 15%", disse o superintendente executivo do Sindicerv, Enio Rodrigues, em nota divulgada à imprensa.
Segundo a entidade, fatores positivos ajudaram o setor cervejeiro, como o verão de altas temperaturas e aumento da renda imediata do consumidor Brasileiro. Uma melhora no desempenho operacional das empresas também contribuiu para o aumento dos volumes. (O Globo)
terça-feira, 30 de março de 2010
Barulho de cerveja pode ser ouvido no escritório
Um site japonês está comercializando um chaveiro que pode ajudar a estimular sua equipe quando o trabalho avança umas horinhas a mais do happy hour.
A invenção é chamada de “lata de cerveja infinita”, no entanto não contém o líquido, mas simula aquele barulho característico da embalagem abrindo quantas vezes o “lacre” for acionado. Ainda que não mate a sede, o som emitido pelo objeto é comumente associado a momentos de lazer.
Disponível também na versão soda, para aqueles que não ingerem álcool, o chaveiro custa US$ 23 dólares.
A invenção é chamada de “lata de cerveja infinita”, no entanto não contém o líquido, mas simula aquele barulho característico da embalagem abrindo quantas vezes o “lacre” for acionado. Ainda que não mate a sede, o som emitido pelo objeto é comumente associado a momentos de lazer.
Disponível também na versão soda, para aqueles que não ingerem álcool, o chaveiro custa US$ 23 dólares.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Você sabe a hora de parar de beber?
Em geral, as pessoas dizem perceber quando ficam embriagadas, mas psiquiatra alerta: uma em cada dez não consegue notar quando parar
Você sabe o momento de dizer chega, quando está bebendo com os amigos no fim de semana ou depois do trabalho? Ou, você percebe quando um amigo já bebeu o suficiente e é hora dele encostar o copo por aquela noite? Segundo a psiquiatra Sandra Odebrecht Vargas Nunes, de 10 a 12% da população, ou uma em cada dez pessoas, não consegue notar a hora de pôr freio na bebedeira.
Um dos assuntos em pauta na Câmara dos Deputados é quem deve dar limites ao consumo de bebida alcoólica entre a população. A deputada Rita Camata (PMDB-ES) acredita que este é um papel também dos estabelecimentos. Ela é autora de projeto de lei que, entre outras medidas, visa proibir os comerciantes de vender, fornecer, entregar ou servir bebida alcoólica a quem se encontra em estado de embriaguez.
Para se chegar às primeiras etapas da embriaguez, é preciso que a pessoa tenha atingido o nível de 75 a 100 miligramas de álcool por 100 mililitros de sangue, o equivalente a três a quatro latas de cerveja. É nesse momento da bebedeira em que o indivíduo começa a falar mais do que o costume e a perder a coordenação motora.
Na mesa do bar, entretanto, é possível perceber que os efeitos do álcool variam de pessoa para pessoa. Há aquelas que já começam a sentir os efeitos da substância com pequenas doses - são as que possuem metabolismo mais lento. E aquelas que continuam agindo do mesmo jeito como chegaram, mesmo depois de terem bebido a mesma dose do amigo de metabolismo lento - são as de metabolismo mais rápido.
Em geral, quem bebe diz ser fácil perceber o momento em que está ficando embriagado. Para a representante comercial de cosméticos Neiva Silva, não tem desculpas: todo mundo sabe a hora em que é melhor substituir a cerveja por um refrigerante. O problema é que nem todos fazem isso. ''Principalmente os adolescentes'', completa a amiga secretária, Ana Maria Zampieri. Ambas frequentam bares duas vezes por semana com amigas e asseguram que conseguem se controlar no momento do ''chega''.
Já o grupo de amigos formado por Tiago de Oliveira, Jefferson Correia, Waldir Rezende e Thiago Dusignani confirma que dá para saber a hora em que é melhor pedir a conta ao garçom. Mas nem sempre é o que eles fazem. Oliveira, que frequenta o bar todos os dias depois do trabalho, diz que depende da ocasião. ''Tem dia que a gente fala 'vamos embora' ou 'vamos terminar de beber em casa', mas sempre tem o amigo que cobra: 'você vai me deixar sozinho? Vamos beber!'. Na mesma noite da entrevista, o publicitário havia reservado um espaço do bar para 35 pessoas por causa do aniversário de uma amiga e usou a ocasião como exemplo. ''Provavelmente ela vai querer beber bastante. E como é que vai falar para ela parar de beber? É o aniversário dela!''
Os primos Fernando Casagrande, consultor em telecomunicações, e Vinícius Casagrande, representante comercial de uma gráfica, também dizem que sim, é possível detectar o momento em que começam a ficar embriagados, mas ainda assim continuam bebendo porque, afirmam, sabem se comportar depois.
(Fonte: Folha de Londrina)
Você sabe o momento de dizer chega, quando está bebendo com os amigos no fim de semana ou depois do trabalho? Ou, você percebe quando um amigo já bebeu o suficiente e é hora dele encostar o copo por aquela noite? Segundo a psiquiatra Sandra Odebrecht Vargas Nunes, de 10 a 12% da população, ou uma em cada dez pessoas, não consegue notar a hora de pôr freio na bebedeira.
Um dos assuntos em pauta na Câmara dos Deputados é quem deve dar limites ao consumo de bebida alcoólica entre a população. A deputada Rita Camata (PMDB-ES) acredita que este é um papel também dos estabelecimentos. Ela é autora de projeto de lei que, entre outras medidas, visa proibir os comerciantes de vender, fornecer, entregar ou servir bebida alcoólica a quem se encontra em estado de embriaguez.
Para se chegar às primeiras etapas da embriaguez, é preciso que a pessoa tenha atingido o nível de 75 a 100 miligramas de álcool por 100 mililitros de sangue, o equivalente a três a quatro latas de cerveja. É nesse momento da bebedeira em que o indivíduo começa a falar mais do que o costume e a perder a coordenação motora.
Na mesa do bar, entretanto, é possível perceber que os efeitos do álcool variam de pessoa para pessoa. Há aquelas que já começam a sentir os efeitos da substância com pequenas doses - são as que possuem metabolismo mais lento. E aquelas que continuam agindo do mesmo jeito como chegaram, mesmo depois de terem bebido a mesma dose do amigo de metabolismo lento - são as de metabolismo mais rápido.
Em geral, quem bebe diz ser fácil perceber o momento em que está ficando embriagado. Para a representante comercial de cosméticos Neiva Silva, não tem desculpas: todo mundo sabe a hora em que é melhor substituir a cerveja por um refrigerante. O problema é que nem todos fazem isso. ''Principalmente os adolescentes'', completa a amiga secretária, Ana Maria Zampieri. Ambas frequentam bares duas vezes por semana com amigas e asseguram que conseguem se controlar no momento do ''chega''.
Já o grupo de amigos formado por Tiago de Oliveira, Jefferson Correia, Waldir Rezende e Thiago Dusignani confirma que dá para saber a hora em que é melhor pedir a conta ao garçom. Mas nem sempre é o que eles fazem. Oliveira, que frequenta o bar todos os dias depois do trabalho, diz que depende da ocasião. ''Tem dia que a gente fala 'vamos embora' ou 'vamos terminar de beber em casa', mas sempre tem o amigo que cobra: 'você vai me deixar sozinho? Vamos beber!'. Na mesma noite da entrevista, o publicitário havia reservado um espaço do bar para 35 pessoas por causa do aniversário de uma amiga e usou a ocasião como exemplo. ''Provavelmente ela vai querer beber bastante. E como é que vai falar para ela parar de beber? É o aniversário dela!''
Os primos Fernando Casagrande, consultor em telecomunicações, e Vinícius Casagrande, representante comercial de uma gráfica, também dizem que sim, é possível detectar o momento em que começam a ficar embriagados, mas ainda assim continuam bebendo porque, afirmam, sabem se comportar depois.
(Fonte: Folha de Londrina)
sexta-feira, 19 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
O balanço das taças
Dados sobre o mercado brasileiro de vinhos importados em 2009, coletados junto ao Ministério do Desenvolvimento e Aduana Brasileira por Adão Augusto Morellatto, da International Consulting, mostram que o setor não sentiu a propalada crise econômica mundial, evoluindo positivamente cerca de 6% em relação a 2008. Esse número, no entanto, não segue ritmos de crescimento anteriores, que vinham sendo de, na média, 22% ao ano de 2004 a 2008. Alguns fatos contribuíram para esta desaceleração, entre elas as mudanças tributárias implantadas em São Paulo - a Substituição Tributária -, o mais importante centro de consumo da bebida no país; e os problemas para obtenção de Licença de Importação (L.I.) sobre produtos oriundos da Argentina em pleno período de grande aquisição de vinhos, o 2º semestre. Além desses dois fatores, há que ser considerado também as dificuldades enfrentadas pela Expand, que fechou 2009 com apenas 10% do que importava normalmente - em torno de 600 contêineres ao ano -, volume que é impossível de ser absorvido por outras empresas congêneres em tempo tão curto por envolver estratégicas e valores muito altos. (Jorge Lucki/Valor)
sexta-feira, 5 de março de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
A loura gelada está sofisticada
As cervejas tipo pilsen dominam 80% do mercado mundial, mas, no Brasil, as artesanais mais do que dobraram seu espaço entre 2004 e 2009, e hoje têm seguidores que fazem delas quase uma religião
Malte, água, lúpulo e fermento. A combinação desses quatro ingredientes dá origem a mais de 1.500 tipos de cervejas com aromas, cores, texturas e sabores totalmente diferentes. E vem conquistando os paladares mais exigentes. As mais conhecidas são as do tipo pilsen, as "louras", produzidas em massa e que representam cerca de 80% do consumo mundial de cerveja. Mas as que mais crescem são as artesanais e especiais, que representavam cerca de 4% do mercado nacional em 2004 e hoje chegam a 9%.
Veja matéria completa aqui.
Malte, água, lúpulo e fermento. A combinação desses quatro ingredientes dá origem a mais de 1.500 tipos de cervejas com aromas, cores, texturas e sabores totalmente diferentes. E vem conquistando os paladares mais exigentes. As mais conhecidas são as do tipo pilsen, as "louras", produzidas em massa e que representam cerca de 80% do consumo mundial de cerveja. Mas as que mais crescem são as artesanais e especiais, que representavam cerca de 4% do mercado nacional em 2004 e hoje chegam a 9%.
Veja matéria completa aqui.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Puro rock and roll
A Absolut Rock Edition não poderia estar vestida de outra forma: couro e tacha. Mas o atestado de roqueiro mesmo apenas cinco exemplares trazem. São garrafas autografadas por Marky Ramone, o único integrante da formação original dos Ramones, que esteve no país para o lançamento da edição. Em São Paulo, a garrafa será vendida a partir deste final de semana no Empório Santa Maria, que promete fazer certo "barulho" para chamar a atenção dos aficionados. Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife também ganham suas amostras. Drink com trilha sonora por R$ 500.
(Angela Klinke/Valor Econômico)
(Angela Klinke/Valor Econômico)
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
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