quarta-feira, 24 de março de 2010

Vo­cê sa­be a ho­ra de pa­rar de be­ber?

Em ge­ral, as pes­soas di­zem per­ce­ber quan­do fi­cam em­bria­ga­das, mas psi­quia­tra aler­ta: uma em ca­da dez não con­se­gue no­tar quan­do pa­rar

Você sabe o momento de dizer chega, quando está bebendo com os amigos no fim de semana ou depois do trabalho? Ou, você percebe quando um amigo já bebeu o suficiente e é hora dele encostar o copo por aquela noite? Segundo a psiquiatra Sandra Odebrecht Vargas Nunes, de 10 a 12% da população, ou uma em cada dez pessoas, não consegue notar a hora de pôr freio na bebedeira.

Um dos assuntos em pauta na Câmara dos Deputados é quem deve dar limites ao consumo de bebida alcoólica entre a população. A deputada Rita Camata (PMDB-ES) acredita que este é um papel também dos estabelecimentos. Ela é autora de projeto de lei que, entre outras medidas, visa proibir os comerciantes de vender, fornecer, entregar ou servir bebida alcoólica a quem se encontra em estado de embriaguez.

Para se chegar às primeiras etapas da embriaguez, é preciso que a pessoa tenha atingido o nível de 75 a 100 miligramas de álcool por 100 mililitros de sangue, o equivalente a três a quatro latas de cerveja. É nesse momento da bebedeira em que o indivíduo começa a falar mais do que o costume e a perder a coordenação motora.

Na mesa do bar, entretanto, é possível perceber que os efeitos do álcool variam de pessoa para pessoa. Há aquelas que já começam a sentir os efeitos da substância com pequenas doses - são as que possuem metabolismo mais lento. E aquelas que continuam agindo do mesmo jeito como chegaram, mesmo depois de terem bebido a mesma dose do amigo de metabolismo lento - são as de metabolismo mais rápido.

Em geral, quem bebe diz ser fácil perceber o momento em que está ficando embriagado. Para a representante comercial de cosméticos Neiva Silva, não tem desculpas: todo mundo sabe a hora em que é melhor substituir a cerveja por um refrigerante. O problema é que nem todos fazem isso. ''Principalmente os adolescentes'', completa a amiga secretária, Ana Maria Zampieri. Ambas frequentam bares duas vezes por semana com amigas e asseguram que conseguem se controlar no momento do ''chega''.

Já o grupo de amigos formado por Tiago de Oliveira, Jefferson Correia, Waldir Rezende e Thiago Dusignani confirma que dá para saber a hora em que é melhor pedir a conta ao garçom. Mas nem sempre é o que eles fazem. Oliveira, que frequenta o bar todos os dias depois do trabalho, diz que depende da ocasião. ''Tem dia que a gente fala 'vamos embora' ou 'vamos terminar de beber em casa', mas sempre tem o amigo que cobra: 'você vai me deixar sozinho? Vamos beber!'. Na mesma noite da entrevista, o publicitário havia reservado um espaço do bar para 35 pessoas por causa do aniversário de uma amiga e usou a ocasião como exemplo. ''Provavelmente ela vai querer beber bastante. E como é que vai falar para ela parar de beber? É o aniversário dela!''

Os primos Fernando Casagrande, consultor em telecomunicações, e Vinícius Casagrande, representante comercial de uma gráfica, também dizem que sim, é possível detectar o momento em que começam a ficar embriagados, mas ainda assim continuam bebendo porque, afirmam, sabem se comportar depois.
(Fonte: Folha de Londrina)

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