sexta-feira, 30 de novembro de 2007
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Superstição ou crença? Saiba tudo sobre o famoso nhoque do dia 29
Superstição ou crença? Cada vez mais brasileiros aderem ao tradicional nhoque da sorte ou da fortuna, que acontece todo dia 29. Segundo os imigrantes italianos, comer nhoque nesta data traz sucesso e prosperidade.
Por conta da alta procura, muitos restaurantes acabam preparando uma quantidade maior de nhoque do que a servida nos outros dias do mês.
O ritual conta com várias etapas e dizem que garante no mínimo 30 dias de muita sorte. Na dúvida, vale fazer uma tentativa.
Coloque uma nota de dinheiro embaixo do seu prato com nhoque. Fique de pé e coma sete nhoques, mastigando cada um deles sete vezes.
Enquanto come, pense em seus sete pedidos, pois para cada nhoque vale um desejo diferente. Depois disso, você, segundo a tradição, já estará com muita sorte.
Então, aproveite para deliciar o restante do nhoque com a família ou amigos. Afinal, nenhum restaurante vai servir um prato com apenas sete nhoques.
Quando acabar de comer tudo, retire a nota debaixo do prato e guarde na carteira. Mas atenção, este dinheiro só poderá ser gasto após 30 dias.
Curiosidade
A origem da simpatia vem de uma antiga lenda romana que conta a história de um casal pobre, que recebeu um frade para o jantar num dia 29.
Após a saída do frade, o casal notou que havia moedas de ouro sob os pratos e, desde então, comer a massa nesta data passou a ser sinônimo de fortuna e sorte.
Confira a baixo uma deliciosa receita do Nhoque da Sorte:
Nhoque da sorte
Ingredientes
50g de farinha de trigo
800g de mandioquinha
200g de queijo parmesão ralado
3 ovos médios
sal
pimenta do reino
noz moscada
gengibre em pó
1 colher de sopa de requeijão cremoso
Misture a farinha, a mandioquinha e o queijo ralado. Acrescente os ovos e continue mexendo. Acrescente o requeijão cremoso e os temperos. Amasse por 20 minutos e deixe descansar.
Modo de preparo
Faça os rolinhos do tamanho que desejar, corte-os e ponha-os sobre um pano de prato com um pouco de farinha e cubra com outro pano.
Molho
50g de manteiga sem sal
4 colheres de sopa de azeite
4 dentes de alho amassados com sal e cominho a gosto
2 colheres de sopa de cebola picada
1 xícar de chá de molho de tomate pronto
6 tomates maduros sem pele e sem semente
sal e pimenta de sua preferência
20 folhas inteiras de manjericão
200g de queijo parmesão ralado
500g de queijo mussarela de búfala cortada em tiras pequenas
Misture os ingredientes aos poucos e mexa. Ao final, acrescente os queijos. Deixe para preparar o molho 5 minutos antes de servir. (Por Ivo Madoglio)
Por conta da alta procura, muitos restaurantes acabam preparando uma quantidade maior de nhoque do que a servida nos outros dias do mês.
O ritual conta com várias etapas e dizem que garante no mínimo 30 dias de muita sorte. Na dúvida, vale fazer uma tentativa.
Coloque uma nota de dinheiro embaixo do seu prato com nhoque. Fique de pé e coma sete nhoques, mastigando cada um deles sete vezes.
Enquanto come, pense em seus sete pedidos, pois para cada nhoque vale um desejo diferente. Depois disso, você, segundo a tradição, já estará com muita sorte.
Então, aproveite para deliciar o restante do nhoque com a família ou amigos. Afinal, nenhum restaurante vai servir um prato com apenas sete nhoques.
Quando acabar de comer tudo, retire a nota debaixo do prato e guarde na carteira. Mas atenção, este dinheiro só poderá ser gasto após 30 dias.
Curiosidade
A origem da simpatia vem de uma antiga lenda romana que conta a história de um casal pobre, que recebeu um frade para o jantar num dia 29.
Após a saída do frade, o casal notou que havia moedas de ouro sob os pratos e, desde então, comer a massa nesta data passou a ser sinônimo de fortuna e sorte.
Confira a baixo uma deliciosa receita do Nhoque da Sorte:
Nhoque da sorte
Ingredientes
50g de farinha de trigo
800g de mandioquinha
200g de queijo parmesão ralado
3 ovos médios
sal
pimenta do reino
noz moscada
gengibre em pó
1 colher de sopa de requeijão cremoso
Misture a farinha, a mandioquinha e o queijo ralado. Acrescente os ovos e continue mexendo. Acrescente o requeijão cremoso e os temperos. Amasse por 20 minutos e deixe descansar.
Modo de preparo
Faça os rolinhos do tamanho que desejar, corte-os e ponha-os sobre um pano de prato com um pouco de farinha e cubra com outro pano.
Molho
50g de manteiga sem sal
4 colheres de sopa de azeite
4 dentes de alho amassados com sal e cominho a gosto
2 colheres de sopa de cebola picada
1 xícar de chá de molho de tomate pronto
6 tomates maduros sem pele e sem semente
sal e pimenta de sua preferência
20 folhas inteiras de manjericão
200g de queijo parmesão ralado
500g de queijo mussarela de búfala cortada em tiras pequenas
Misture os ingredientes aos poucos e mexa. Ao final, acrescente os queijos. Deixe para preparar o molho 5 minutos antes de servir. (Por Ivo Madoglio)
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
terça-feira, 27 de novembro de 2007
A invasão das Harleys
Nem tão jovem nem tão rebelde, a crescente legião de fãs brasileiros da moto mais famosa do mundo cai na estrada
Mil trezentos e oitenta e cinco motoqueiros invadindo sua cidade no feriado podem não soar como uma perspectiva animadora. O grupo que ocupou Búzios no dia 1º de maio, porém, nada tinha de rebelde, pelo contrário. Senhores respeitáveis, boa parte de cabeça branca e acompanhados das famílias, passaram quatro dias em um dos melhores hotéis da orla, assistindo a shows e palestras enquanto as mulheres faziam aulas de maquiagem e os filhos se divertiam no "espaço kids". De tempos em tempos, o ronco alto dos motores denunciava que não se tratava de um congresso de medicina ou engenharia. Eram proprietários de motocicletas Harley-Davidson - um artigo de luxo que nunca foi tão vendido no Brasil como hoje.
COM DESTINO
Mais de 300 motos vindas de
São Paulo cruzam a Ponte Rio-Niterói
rumo a Búzios, para o maior encontro
de Harleys no Brasil
Quinze anos atrás, quando a marca abriu sua primeira loja no país, apenas um punhado de brasileiros possuía a motocicleta mais cobiçada do planeta. Hoje, são mais de 5 mil, a maioria deles reunida num clube chamado HOG, sigla de Harley Owners Group, ou Grupo de Proprietários de Harley. "Vendemos cerca de 400 por mês, um número que dobrou nos últimos três anos", diz Valdir Cavallari Junior, gerente de marca do grupo Izzo, que representa a Harley no país. Espalhados por todo o mundo, os HOGs organizam periodicamente "ralis", nome que dão aos encontros de proprietários. Nas últimas semanas, por exemplo, além de Búzios, houve ralis em Tucson, nos Estados Unidos, e East London, na África do Sul. Só no Brasil, o orçamento anual do HOG para atividades assim ultrapassa os R$ 2 milhões. O rali de Búzios foi o maior já organizado aqui, com caravanas saindo de oito cidades de sete Estados e centenas de outros motoqueiros vindos de outras partes do país. A turma de São Paulo, com mais de 300 motos, chegava a formar uma fila de 3 quilômetros de extensão em alguns trechos da estrada e precisou de escolta da Polícia Rodoviária para não aumentar o caos do complicado trânsito dos paulistanos que demandam as praias no feriado.
Os ralis são uma parte indispensável da cultura Harley. Estar junto é a palavra de ordem dos "harleyros", como são chamados os amantes dessa moto. Cada parada para matar a sede ou descansar é uma festa à parte. Um harleyro quebrado pára todo o grupo. Apaixonados pela marca, eles se divertem simplesmente contemplando as máquinas uns dos outros. "O espírito do grupo é a união pela aventura. Tenho cada harleyro de qualquer lugar do mundo como alguém de minha família", diz o empresário Hamilton Mattos, de 64 anos, diretor do HOG no Rio de Janeiro.
Uma das razões do crescimento do número de Harleys no Brasil é a queda do preço, hoje entre R$ 30 mil e R$ 70 mil, conforme o modelo. A baixa se deveu à inauguração de uma linha de montagem em Manaus, em 1999, que tornou o preço apenas 15% maior que o pago por um consumidor americano. A fábrica - a primeira da marca fora dos Estados Unidos, segundo a empresa - criou até um modelo made in Brazil, o Sportster Concept, com um visual ao mesmo tempo retrô e futurista que lhe valeu elogios da matriz americana. Apesar do barateamento, o perfil dos proprietários ainda é bem diferente daquele do motociclista médio. "Aqui, a marca cresceu embalada por homens mais velhos e bem-sucedidos. A Harley é como um passaporte deles para uma vida mais livre", diz Cavallari Junior, do grupo Izzo. Comprar uma delas na concessionária, porém, é apenas o primeiro passo. Uma das graças de possuir uma Harley é "customizá-la", ou seja, personalizá-la com alguns dos 45 mil acessórios disponíveis, como roupas, bolsas, guidões, canos e detalhes de acabamento. Como os acessórios não são baratos - há botas de R$ 600 e casacos de R$ 1.500 -, o preço final às vezes é o dobro do da moto original.
"A Harley é o Lego do adulto", diz o cardiologista carioca Cláudio Acstin, de 48 anos. Ele comprou a motocicleta por R$ 48 mil e gastou mais R$ 30 mil em acessórios. Trocou o guidão original por um "seca-sovaco" (aquele que exige guiar a moto de braços abertos), importou canos novos dos Estados Unidos e mandou recortar as rodas com motivos que lembram chamas. Sua mulher, Cristina, de 44 anos, tem a própria Harley, que batizou de Black Rose - referência às rosas negras que tem tatuadas no corpo. Além da pintura customizada, dos guidões, espelhos e velocímetros diferentes, a moto de Cristina tem pequeníssimas rosas como tampas de válvula dos pneus. "Depois de mudar tudo o que é possível, o jeito é comprar outra moto", diz ela. Nos EUA, as mulheres chegam a 9% dos proprietários de Harley. No Brasil, não atingem 2%, mas elas avançam no mercado. A cirurgiã-dentista Valéria Aranha, de 45 anos, tem moto há 14 e comprou sua primeira Harley há dois. Sua maior façanha até agora foi ir, em março deste ano, do Rio de Janeiro, onde mora, a San Pedro de Atacama, no deserto do norte do Chile, para um encontro de harleyros. Foram 10.500 quilômetros de viagem. "Sensação de liberdade toda moto dá. Mas a Harley tem um encanto especial. Depois dela, não dá para mudar para outra marca", afirma.
EM FAMÍLIA
O advogado Walmir Devidé com a mulher,
o filho e a Harley, em Búzios. A tribo de
apaixonados pela marca inclui muitas
famílias que viajam juntas nos "ralis"
Há harleyros que trocam de moto com mais freqüência do que trocariam de carro. A história do empresário paulistano Jorge Brant, de 54 anos, resume o perfil dos proprietários de Harley no Brasil. Quando era adolescente, conta, ele sonhava ter uma motocicleta. A vida o empurrou para o trabalho, o casamento, as responsabilidades. Aos 44 anos, era dono de uma empresa da área de informática e tinha um sólido patrimônio. "Eu era um homem estressado, deprimido. Precisava fazer alguma coisa por mim", diz. Os amigos aconselharam sessões de análise. Jorge resolveu comprar uma Harley-Davidson. Em uma déca-da, já teve quatro motos e diz ter percorrido 300.000 quilômetros na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Hoje, é dono de uma Electra Glide, modelo que é sonho de consumo de grande parte dos harleyros. "Fiz amigos em todo o mundo, sou outra pessoa. É muito melhor que o divã", afirma.
O desejo de ter uma vida menos pacata também levou o carioca Ruppert Hahnstadt, de 52anos, à Harley-Davidson. Dono de uma indústria farmacêutica, ele comprou sua motocicleta há oito anos, dizendo-se disposto a viver "aventuras". Só monta nela nos fins de semana, quando ganha a estrada com Mara, sua mulher há 20, na garupa. Para o encontro de Búzios, levou também os sogros, um cunhado e algumas sobrinhas - que, como dezenas de parentes dos harleyros, seguiram as motos de carro ou em ônibus alugados. "A Harley é um sonho que se sonha aos 14 e se realiza aos 50", diz Hahnstadt, de jeans, casaco de couro e botas, o uniforme do grupo.
Usando bandanas coloridas na cabeça e pulseiras grossas, alguns harleyros aderem ao estereótipo do rebelde de motocicleta que Hollywood ajudou a criar (leia o quadro abaixo). Mas são poucos os que cultivam cabelos compridos e visual rebelde. A maioria são pais de família, como o advogado Walmir Devidé, de 42 anos, de São Caetano do Sul, São Paulo, que comprou a primeira Harley há dois meses e levou para Búzios a mulher, a pedagoga Simone, de 39 anos, e o filho Rodrigo, de 9. "A Harley faz jus à lenda. É diferente das outras motos, tem sexta marcha e é muito confortável", afirma. "Sem falar que é linda." Quando um harleyro fala da "bonitona" ou da "minha linda", nem sempre está se referindo à mulher.
OS "HARLEYROS" NACIONAIS
Idade:
de 35 a 55 anos
Profissão:
empresários e profissionais liberais, como médicos
e advogados
Renda:
R$ 20 mil mensais ou mais
Sonho de consumo:
Electra Glide, modelo de Harley largo, com o maior motor da marca e ultraconfortável para viagens. Entre outras comodidades, tem sistema de comunicação nos capacetes do piloto e do passageiro
A ORIGEM DE UMA LENDA
Hollywood e as estradas americanas construíram a reputação da Harley
A primeira motocicleta Harley-Davidson foi construída num fundo de quintal na cidade de Milwaukee, nos Estados Unidos, em agosto de 1901. Diz a lenda que seus criadores, William Harley e Arthur Davidson, instalaram um motor a gasolina numa bicicleta e usaram uma lata de molho de tomate no lugar do carburador. Os dois aperfeiçoaram o invento, encontraram os primeiros clientes e fundaram uma pequena fábrica em 1903. A marca foi angariando fama e ganhou um belo empurrão quando, na década de 50, Elvis Presley decorou o cenário de um show com uma Harley.
SEM DESTINO
Fonda e Hopper em Easy Rider,
filme decisivo na criação do mito
Harley-Davidson "
A fama mundial da moto - e o espírito aventureiro associado a ela até hoje - se deve ao filme Easy Rider (Sem Destino), de 1969. No filme, Dennis Hopper e Peter Fonda interpretam dois vagabundos que ganham dinheiro traficando cocaína e decidem trocar suas motos velhas por duas Harley-Davidsons modelo Chopper. Caem na Rota 66, a histórica estrada que atravessa o interior dos Estados Unidos, apenas com a roupa do corpo e embalados por uma trilha puramente rock'n'roll: Jimi Hendrix, The Birds, Steppenwolf (do clássico "Born to Be Wild"). Consta que três das quatro motocicletas usadas no filme desapareceram antes do término das filmagens. Estava criado o mito.
(Martha Mendonça/revista Época)
Mil trezentos e oitenta e cinco motoqueiros invadindo sua cidade no feriado podem não soar como uma perspectiva animadora. O grupo que ocupou Búzios no dia 1º de maio, porém, nada tinha de rebelde, pelo contrário. Senhores respeitáveis, boa parte de cabeça branca e acompanhados das famílias, passaram quatro dias em um dos melhores hotéis da orla, assistindo a shows e palestras enquanto as mulheres faziam aulas de maquiagem e os filhos se divertiam no "espaço kids". De tempos em tempos, o ronco alto dos motores denunciava que não se tratava de um congresso de medicina ou engenharia. Eram proprietários de motocicletas Harley-Davidson - um artigo de luxo que nunca foi tão vendido no Brasil como hoje.
COM DESTINO
Mais de 300 motos vindas de
São Paulo cruzam a Ponte Rio-Niterói
rumo a Búzios, para o maior encontro
de Harleys no Brasil
Quinze anos atrás, quando a marca abriu sua primeira loja no país, apenas um punhado de brasileiros possuía a motocicleta mais cobiçada do planeta. Hoje, são mais de 5 mil, a maioria deles reunida num clube chamado HOG, sigla de Harley Owners Group, ou Grupo de Proprietários de Harley. "Vendemos cerca de 400 por mês, um número que dobrou nos últimos três anos", diz Valdir Cavallari Junior, gerente de marca do grupo Izzo, que representa a Harley no país. Espalhados por todo o mundo, os HOGs organizam periodicamente "ralis", nome que dão aos encontros de proprietários. Nas últimas semanas, por exemplo, além de Búzios, houve ralis em Tucson, nos Estados Unidos, e East London, na África do Sul. Só no Brasil, o orçamento anual do HOG para atividades assim ultrapassa os R$ 2 milhões. O rali de Búzios foi o maior já organizado aqui, com caravanas saindo de oito cidades de sete Estados e centenas de outros motoqueiros vindos de outras partes do país. A turma de São Paulo, com mais de 300 motos, chegava a formar uma fila de 3 quilômetros de extensão em alguns trechos da estrada e precisou de escolta da Polícia Rodoviária para não aumentar o caos do complicado trânsito dos paulistanos que demandam as praias no feriado.
Os ralis são uma parte indispensável da cultura Harley. Estar junto é a palavra de ordem dos "harleyros", como são chamados os amantes dessa moto. Cada parada para matar a sede ou descansar é uma festa à parte. Um harleyro quebrado pára todo o grupo. Apaixonados pela marca, eles se divertem simplesmente contemplando as máquinas uns dos outros. "O espírito do grupo é a união pela aventura. Tenho cada harleyro de qualquer lugar do mundo como alguém de minha família", diz o empresário Hamilton Mattos, de 64 anos, diretor do HOG no Rio de Janeiro.
Uma das razões do crescimento do número de Harleys no Brasil é a queda do preço, hoje entre R$ 30 mil e R$ 70 mil, conforme o modelo. A baixa se deveu à inauguração de uma linha de montagem em Manaus, em 1999, que tornou o preço apenas 15% maior que o pago por um consumidor americano. A fábrica - a primeira da marca fora dos Estados Unidos, segundo a empresa - criou até um modelo made in Brazil, o Sportster Concept, com um visual ao mesmo tempo retrô e futurista que lhe valeu elogios da matriz americana. Apesar do barateamento, o perfil dos proprietários ainda é bem diferente daquele do motociclista médio. "Aqui, a marca cresceu embalada por homens mais velhos e bem-sucedidos. A Harley é como um passaporte deles para uma vida mais livre", diz Cavallari Junior, do grupo Izzo. Comprar uma delas na concessionária, porém, é apenas o primeiro passo. Uma das graças de possuir uma Harley é "customizá-la", ou seja, personalizá-la com alguns dos 45 mil acessórios disponíveis, como roupas, bolsas, guidões, canos e detalhes de acabamento. Como os acessórios não são baratos - há botas de R$ 600 e casacos de R$ 1.500 -, o preço final às vezes é o dobro do da moto original.
"A Harley é o Lego do adulto", diz o cardiologista carioca Cláudio Acstin, de 48 anos. Ele comprou a motocicleta por R$ 48 mil e gastou mais R$ 30 mil em acessórios. Trocou o guidão original por um "seca-sovaco" (aquele que exige guiar a moto de braços abertos), importou canos novos dos Estados Unidos e mandou recortar as rodas com motivos que lembram chamas. Sua mulher, Cristina, de 44 anos, tem a própria Harley, que batizou de Black Rose - referência às rosas negras que tem tatuadas no corpo. Além da pintura customizada, dos guidões, espelhos e velocímetros diferentes, a moto de Cristina tem pequeníssimas rosas como tampas de válvula dos pneus. "Depois de mudar tudo o que é possível, o jeito é comprar outra moto", diz ela. Nos EUA, as mulheres chegam a 9% dos proprietários de Harley. No Brasil, não atingem 2%, mas elas avançam no mercado. A cirurgiã-dentista Valéria Aranha, de 45 anos, tem moto há 14 e comprou sua primeira Harley há dois. Sua maior façanha até agora foi ir, em março deste ano, do Rio de Janeiro, onde mora, a San Pedro de Atacama, no deserto do norte do Chile, para um encontro de harleyros. Foram 10.500 quilômetros de viagem. "Sensação de liberdade toda moto dá. Mas a Harley tem um encanto especial. Depois dela, não dá para mudar para outra marca", afirma.
EM FAMÍLIA
O advogado Walmir Devidé com a mulher,
o filho e a Harley, em Búzios. A tribo de
apaixonados pela marca inclui muitas
famílias que viajam juntas nos "ralis"
Há harleyros que trocam de moto com mais freqüência do que trocariam de carro. A história do empresário paulistano Jorge Brant, de 54 anos, resume o perfil dos proprietários de Harley no Brasil. Quando era adolescente, conta, ele sonhava ter uma motocicleta. A vida o empurrou para o trabalho, o casamento, as responsabilidades. Aos 44 anos, era dono de uma empresa da área de informática e tinha um sólido patrimônio. "Eu era um homem estressado, deprimido. Precisava fazer alguma coisa por mim", diz. Os amigos aconselharam sessões de análise. Jorge resolveu comprar uma Harley-Davidson. Em uma déca-da, já teve quatro motos e diz ter percorrido 300.000 quilômetros na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Hoje, é dono de uma Electra Glide, modelo que é sonho de consumo de grande parte dos harleyros. "Fiz amigos em todo o mundo, sou outra pessoa. É muito melhor que o divã", afirma.
O desejo de ter uma vida menos pacata também levou o carioca Ruppert Hahnstadt, de 52anos, à Harley-Davidson. Dono de uma indústria farmacêutica, ele comprou sua motocicleta há oito anos, dizendo-se disposto a viver "aventuras". Só monta nela nos fins de semana, quando ganha a estrada com Mara, sua mulher há 20, na garupa. Para o encontro de Búzios, levou também os sogros, um cunhado e algumas sobrinhas - que, como dezenas de parentes dos harleyros, seguiram as motos de carro ou em ônibus alugados. "A Harley é um sonho que se sonha aos 14 e se realiza aos 50", diz Hahnstadt, de jeans, casaco de couro e botas, o uniforme do grupo.
Usando bandanas coloridas na cabeça e pulseiras grossas, alguns harleyros aderem ao estereótipo do rebelde de motocicleta que Hollywood ajudou a criar (leia o quadro abaixo). Mas são poucos os que cultivam cabelos compridos e visual rebelde. A maioria são pais de família, como o advogado Walmir Devidé, de 42 anos, de São Caetano do Sul, São Paulo, que comprou a primeira Harley há dois meses e levou para Búzios a mulher, a pedagoga Simone, de 39 anos, e o filho Rodrigo, de 9. "A Harley faz jus à lenda. É diferente das outras motos, tem sexta marcha e é muito confortável", afirma. "Sem falar que é linda." Quando um harleyro fala da "bonitona" ou da "minha linda", nem sempre está se referindo à mulher.
OS "HARLEYROS" NACIONAIS
Idade:
de 35 a 55 anos
Profissão:
empresários e profissionais liberais, como médicos
e advogados
Renda:
R$ 20 mil mensais ou mais
Sonho de consumo:
Electra Glide, modelo de Harley largo, com o maior motor da marca e ultraconfortável para viagens. Entre outras comodidades, tem sistema de comunicação nos capacetes do piloto e do passageiro
A ORIGEM DE UMA LENDA
Hollywood e as estradas americanas construíram a reputação da Harley
A primeira motocicleta Harley-Davidson foi construída num fundo de quintal na cidade de Milwaukee, nos Estados Unidos, em agosto de 1901. Diz a lenda que seus criadores, William Harley e Arthur Davidson, instalaram um motor a gasolina numa bicicleta e usaram uma lata de molho de tomate no lugar do carburador. Os dois aperfeiçoaram o invento, encontraram os primeiros clientes e fundaram uma pequena fábrica em 1903. A marca foi angariando fama e ganhou um belo empurrão quando, na década de 50, Elvis Presley decorou o cenário de um show com uma Harley.
SEM DESTINO
Fonda e Hopper em Easy Rider,
filme decisivo na criação do mito
Harley-Davidson "
A fama mundial da moto - e o espírito aventureiro associado a ela até hoje - se deve ao filme Easy Rider (Sem Destino), de 1969. No filme, Dennis Hopper e Peter Fonda interpretam dois vagabundos que ganham dinheiro traficando cocaína e decidem trocar suas motos velhas por duas Harley-Davidsons modelo Chopper. Caem na Rota 66, a histórica estrada que atravessa o interior dos Estados Unidos, apenas com a roupa do corpo e embalados por uma trilha puramente rock'n'roll: Jimi Hendrix, The Birds, Steppenwolf (do clássico "Born to Be Wild"). Consta que três das quatro motocicletas usadas no filme desapareceram antes do término das filmagens. Estava criado o mito.
(Martha Mendonça/revista Época)
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
"Ronda" às três da manhã
RUY CASTRO
RIO DE JANEIRO - O Ministério da Saúde descobriu que 27% dos brasileiros do sexo masculino tomam mais de cinco doses de bebida alcoólica por dia. A média "normal" em outros países fica entre 10% e 15%. Por que essa diferença? Porque, massacrado pela propaganda na televisão, o brasileiro é estimulado a beber o dia inteiro.
Bebendo, você nunca está sozinho. Há sempre uma gostosa de olho no seu copo. O problema é que você tem de disputá-la com os outros 30 marmanjos bebendo na sua mesa. Todos, por sinal, vendendo saúde, disposição e, contrariando uma das "normas" do Conar, juventude -nenhum deles aparenta nem perto de 25 anos.
O máximo do escárnio aconteceu há pouco, quando um dos patrocinadores oficiais do Pan-Americano foi uma nova cerveja, de nome e apelo decididamente infanto-juvenis. Seria interessante saber se os atletas que eram vistos competindo atingiriam aquelas marcas se tomassem a gororoba com a assiduidade com que ela era apregoada no vídeo -várias vezes por hora.
Outra pesquisa recente revelou que os jovens brasileiros estão bebendo cada vez mais cedo -neste momento, aos 13 anos. Nada de surpreendente nisso, já que a publicidade de cerveja (que representa 61% do consumo de bebidas alcoólicas no país) é toda feita para eles. Nenhum comercial perde tempo mostrando uma roda de homens maduros e mulheres de olheiras se encharcando e engrolando "Ronda" num botequim às três da manhã, como acontece na vida real.
A juventude e a TV brasileiras ficarão mais saudáveis se o governo banir do vídeo, pelo menos das 8h às 20h, a mentira de que cervejas, vinhos, "ices" e "coolers", por conterem "pouco álcool", são inofensivos. A diminuição nos índices de acidentes de trânsito e de violência sexual e doméstica dirá melhor.
RIO DE JANEIRO - O Ministério da Saúde descobriu que 27% dos brasileiros do sexo masculino tomam mais de cinco doses de bebida alcoólica por dia. A média "normal" em outros países fica entre 10% e 15%. Por que essa diferença? Porque, massacrado pela propaganda na televisão, o brasileiro é estimulado a beber o dia inteiro.
Bebendo, você nunca está sozinho. Há sempre uma gostosa de olho no seu copo. O problema é que você tem de disputá-la com os outros 30 marmanjos bebendo na sua mesa. Todos, por sinal, vendendo saúde, disposição e, contrariando uma das "normas" do Conar, juventude -nenhum deles aparenta nem perto de 25 anos.
O máximo do escárnio aconteceu há pouco, quando um dos patrocinadores oficiais do Pan-Americano foi uma nova cerveja, de nome e apelo decididamente infanto-juvenis. Seria interessante saber se os atletas que eram vistos competindo atingiriam aquelas marcas se tomassem a gororoba com a assiduidade com que ela era apregoada no vídeo -várias vezes por hora.
Outra pesquisa recente revelou que os jovens brasileiros estão bebendo cada vez mais cedo -neste momento, aos 13 anos. Nada de surpreendente nisso, já que a publicidade de cerveja (que representa 61% do consumo de bebidas alcoólicas no país) é toda feita para eles. Nenhum comercial perde tempo mostrando uma roda de homens maduros e mulheres de olheiras se encharcando e engrolando "Ronda" num botequim às três da manhã, como acontece na vida real.
A juventude e a TV brasileiras ficarão mais saudáveis se o governo banir do vídeo, pelo menos das 8h às 20h, a mentira de que cervejas, vinhos, "ices" e "coolers", por conterem "pouco álcool", são inofensivos. A diminuição nos índices de acidentes de trânsito e de violência sexual e doméstica dirá melhor.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Eisenbahn e Baden antecipam o Natal
Duas das principais microcervejarias brasileiras colocam no mercado, nos próximos dias, suas cervejas de Natal. A Weihnachts Ale, da Eisenbahn, merece destaque. Com 6,3% de teor alcoólico, avermelhada, ela tem notas de lúpulo intensas no aroma e paladar frutado. O preço estimado no mercado é R$ 3,59.
A Baden Baden, de Campos do Jordão, começa a vender na segunda quinzena de novembro a Christmas Beer, de corpo suave, leve aroma frutado e 5,5% de teor alcoólico. Uma sugestão de degustação?Com panetone. Preço estimado: R$ 13. A cervejaria também lança a edição 2008 da Celebration Verão, de trigo, não filtrada e refrescante, mas sem aroma de banana e cravo característico do estilo. Ela tem 5,5% de teor alcoólico e deve custar R$ 16, em média, no mercado.
Em Campinas, a Cervejaria Universitária (0xx19 3289-0700) também começa a vender, na semana que vem, uma Blanche, cerveja clara que leva malte de cevada, de trigo e especiarias - estas últimas são 'segredo', diz o mestre-cervejeiro Reynaldo Fogagnolli -, com 5% de teor alcoólico. Sazonal, ela será servida apenas no bar da fábrica, a R$ 8 o copo de 500 ml.
DE PORTUGAL
Adega Alentejana (5044-5760) traz a portuguesa Sagres, pilsen, a R$ 4,60 a garrafa de 330 ml. Ela se junta à também lusa Super Bock, que, ainda de forma inconstante, tem chegado ao mercado. (Roberto Fonseca/OESP)
A Baden Baden, de Campos do Jordão, começa a vender na segunda quinzena de novembro a Christmas Beer, de corpo suave, leve aroma frutado e 5,5% de teor alcoólico. Uma sugestão de degustação?Com panetone. Preço estimado: R$ 13. A cervejaria também lança a edição 2008 da Celebration Verão, de trigo, não filtrada e refrescante, mas sem aroma de banana e cravo característico do estilo. Ela tem 5,5% de teor alcoólico e deve custar R$ 16, em média, no mercado.
Em Campinas, a Cervejaria Universitária (0xx19 3289-0700) também começa a vender, na semana que vem, uma Blanche, cerveja clara que leva malte de cevada, de trigo e especiarias - estas últimas são 'segredo', diz o mestre-cervejeiro Reynaldo Fogagnolli -, com 5% de teor alcoólico. Sazonal, ela será servida apenas no bar da fábrica, a R$ 8 o copo de 500 ml.
DE PORTUGAL
Adega Alentejana (5044-5760) traz a portuguesa Sagres, pilsen, a R$ 4,60 a garrafa de 330 ml. Ela se junta à também lusa Super Bock, que, ainda de forma inconstante, tem chegado ao mercado. (Roberto Fonseca/OESP)
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
'Saquê', um livro para ler no bar
Entre as celebrações pelo Centenário da Imigração Japonesa está o lançamento do livro Saquê para Iniciantes & Iniciados - Um Guia para Avaliar, Degustar, Comprar e Preparar Drinques com a Bebida mais Famosa do Japão (Editora JBC, R$ 39), de Griffit Frost, presidente do Instituto Internacional do Saquê, e o especialista no assunto John Gauntner. A obra está à venda nas lojas Fujiyama (R. Pelotas, 83, loja 196A, 5576-9451). (OESP)
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Quem lava as mãos?
Um especialista francês em doenças contagiosas avalia a higiene no banheiro – e confirma o que se temia
A higiene é um tema delicado na França. Um estudo recente confirmou que apenas metade da população do país lava as mãos depois de usar o banheiro. O hábito, ou melhor, a falta dele, é o assunto do livro On s'en Lave les Mains (na tradução literal, Lavam-se as Mãos), do médico Frédéric Saldmann. Especialista em higiene alimentar, cardiologista e diretor de uma revista sobre nutrição, Saldmann já havia espalhado pânico com o best-seller Os Novos Riscos Alimentares (1997). Agora, volta à carga revelando o mundo de doenças que os olhos não vêem, mas o microscópio enxerga. A maioria poderia ser evitada com água, sabão e toalhas de papel.
VERGONHA
Quando alguém está de olho, apenas 9% dos franceses saem do banheiro sem lavar as mãos. "No Brasil é igual", diz o autor da pesquisa
Entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007, o "caçador de bactérias" francês fez dois estudos para medir o índice de infecção por germes em pessoas que apertaram a mão de alguém que não tivesse lavado suas mãos depois de ter ido ao banheiro. A primeira experiência mostrou que 11 entre 15 pessoas (ou 73%) tiveram as mãos infectadas. Dez pessoas pegaram a bactéria fecal Escherichia coli. Na outra, a contaminação foi pela Tatumella ptyseos. No segundo teste, nove das 18 pessoas testadas (50%) tinham em suas mãos diferentes germes fecais. O risco à saúde já seria grave se o estudo parasse por aí. Mas o que foi constatado a seguir é bem pior.
Duas horas depois do apertar de mãos, foram feitas também análises na boca de cada um dos participantes da experiência. Nesse intervalo, foram oferecidos café e biscoitos. Todos tocaram a boca com as mãos, seja para comer os biscoitos, disfarçar um bocejo, proteger uma tosse ou um espirro. No total, sete pessoas foram contaminadas, na boca, por germes fecais.
As mãos são vetores privilegiados de transmissão de germes originários das vias respiratórias e do tubo digestivo (o que inclui cólera, estafilococo e salmonela), capazes de provocar diarréias graves ou úlceras gástricas. Para evitar tudo isso, não basta lavar bem as mãos com água e sabão. É preciso secá-las. Aí surge outro problema.
As toalhas coletivas e os secadores de ar quente comuns em banheiros coletivos também estão condenados. Um estudo revelou que o número de germes presentes na pele de pessoas que se secaram com aparelhos de ar quente é superior à quantidade que havia antes da lavagem. No grupo que secou as mãos no pano do distribuidor rolante, havia, em média, 137 germes antes da lavagem e 47 depois da secagem. No grupo que usou o sistema de ar quente foram registrados 127 germes antes da lavagem e 206 depois da secagem.
Ao que parece, a falta de higiene é um hábito solitário. "Os mesmos testes que revelaram que 50% das pessoas não lavam as mãos na toalete mostram que o índice cai para 9% se colocarmos alguém no banheiro. As pessoas têm vergonha de não lavar as mãos se há alguém olhando", disse o médico a ÉPOCA.
Engana-se quem acha que o alerta de Saldmann vale apenas para franceses desleixados. "Vou seguidamente ao Brasil, país que adoro. E tudo que digo para a França é 100% verdadeiro para o Brasil. Os problemas são os mesmos, e ainda agravados pelo calor e pela umidade." Da próxima vez, já sabe...
(Fernando Eichenberg, de Paris/revista Época)
A higiene é um tema delicado na França. Um estudo recente confirmou que apenas metade da população do país lava as mãos depois de usar o banheiro. O hábito, ou melhor, a falta dele, é o assunto do livro On s'en Lave les Mains (na tradução literal, Lavam-se as Mãos), do médico Frédéric Saldmann. Especialista em higiene alimentar, cardiologista e diretor de uma revista sobre nutrição, Saldmann já havia espalhado pânico com o best-seller Os Novos Riscos Alimentares (1997). Agora, volta à carga revelando o mundo de doenças que os olhos não vêem, mas o microscópio enxerga. A maioria poderia ser evitada com água, sabão e toalhas de papel.
VERGONHA
Quando alguém está de olho, apenas 9% dos franceses saem do banheiro sem lavar as mãos. "No Brasil é igual", diz o autor da pesquisa
Entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007, o "caçador de bactérias" francês fez dois estudos para medir o índice de infecção por germes em pessoas que apertaram a mão de alguém que não tivesse lavado suas mãos depois de ter ido ao banheiro. A primeira experiência mostrou que 11 entre 15 pessoas (ou 73%) tiveram as mãos infectadas. Dez pessoas pegaram a bactéria fecal Escherichia coli. Na outra, a contaminação foi pela Tatumella ptyseos. No segundo teste, nove das 18 pessoas testadas (50%) tinham em suas mãos diferentes germes fecais. O risco à saúde já seria grave se o estudo parasse por aí. Mas o que foi constatado a seguir é bem pior.
Duas horas depois do apertar de mãos, foram feitas também análises na boca de cada um dos participantes da experiência. Nesse intervalo, foram oferecidos café e biscoitos. Todos tocaram a boca com as mãos, seja para comer os biscoitos, disfarçar um bocejo, proteger uma tosse ou um espirro. No total, sete pessoas foram contaminadas, na boca, por germes fecais.
As mãos são vetores privilegiados de transmissão de germes originários das vias respiratórias e do tubo digestivo (o que inclui cólera, estafilococo e salmonela), capazes de provocar diarréias graves ou úlceras gástricas. Para evitar tudo isso, não basta lavar bem as mãos com água e sabão. É preciso secá-las. Aí surge outro problema.
As toalhas coletivas e os secadores de ar quente comuns em banheiros coletivos também estão condenados. Um estudo revelou que o número de germes presentes na pele de pessoas que se secaram com aparelhos de ar quente é superior à quantidade que havia antes da lavagem. No grupo que secou as mãos no pano do distribuidor rolante, havia, em média, 137 germes antes da lavagem e 47 depois da secagem. No grupo que usou o sistema de ar quente foram registrados 127 germes antes da lavagem e 206 depois da secagem.
Ao que parece, a falta de higiene é um hábito solitário. "Os mesmos testes que revelaram que 50% das pessoas não lavam as mãos na toalete mostram que o índice cai para 9% se colocarmos alguém no banheiro. As pessoas têm vergonha de não lavar as mãos se há alguém olhando", disse o médico a ÉPOCA.
Engana-se quem acha que o alerta de Saldmann vale apenas para franceses desleixados. "Vou seguidamente ao Brasil, país que adoro. E tudo que digo para a França é 100% verdadeiro para o Brasil. Os problemas são os mesmos, e ainda agravados pelo calor e pela umidade." Da próxima vez, já sabe...
(Fernando Eichenberg, de Paris/revista Época)
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Fusão cria segunda maior cervejaria dos Estados Unidos
Parceria entre SABMiller e Molson Coors pode pressionar Anheuser-Busch a se unir à InBev
(OESP)
As cervejarias SABMiller e Molson Coors Brewing anunciaram ontem a fusão de suas operações nos Estados Unidos. A joint venture, que se chamará MillerCoors, terá vendas anuais de US$ 6,6 bilhões e será a segunda maior empresa de cervejas dos EUA, atrás apenas da Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser.
A transação junta a segunda maior cervejaria do mercado americano, a SABMiller, detentora de marcas como Miller Lite, Miller Genuine Draft e Milwaukee's Best, à terceira maior, a Molson Coors, que fabrica as cervejas Coors Light, Molson Canadian e Molson Dry.
Segundo Bonnie Herzog, analista do Citigroup, o negócio será positivo para a Molson Coors e poderá acelerar uma eventual junção da Anheuser-Busch com a maior cervejaria do mundo, a belgo-brasileira InBev. Mas converterá o mercado de cerveja americano em um duopólio. A transação, por isso mesmo, ainda está sujeita à aprovação das autoridades de concorrência americanas.
'Estamos confiantes na liberação. Acreditamos que essa é uma transação pró-concorrência', disse o diretor-presidente da Molson Coors, Leo Kiely, que se tornará o diretor-presidente da joint venture. O diretor-presidente da SABMiller, Graham Mackay, disse que a nova empresa terá uma parcela de cerca de 30% do mercado americano, somando-se a parcela de 19% da SABMiller com a de 11% da Molson Coors, enquanto a Anheuser-Busch tem 50% do mercado.
Segundo Mackay, as sinergias de US$ 500 milhões decorrentes da transação virão de economias principalmente com distribuição e vendas, mas não serão fechadas nenhuma das oito fábricas das empresas nos EUA - seis da SABMiller e duas da Molson Coors.
As empresas, que vêm mantendo conversações há cerca de um ano, disseram que a expectativa é que o acordo definitivo para a transação esteja concluído no final do ano, enquanto os analistas acrescentaram que a aprovação do órgão de concorrência deve vir de seis a nove meses após essa data.
Segundo analistas há uma grande probabilidade de que a transação realmente se concretize, já que, do ponto de vista da regulação, já foi estabelecido um precedente com a Reynolds American. Em 2004, a Reynolds American comprou de uma só vez a segunda e a terceira maiores fabricantes de cigarro dos Estados Unidos para competir com a Altria, fabricante do Marlboro.
NÚMEROS
US$ 6,6 bilhões
é a receita combinada da SABMiller e Molson Coors nos EUA
US$ 500 milhões
será a economia conseguida pelas empresas com ganhos na distribuição e vendas
30%
do mercado americano terá a MillerCoors, empresa formada a partir da junção das duas operações
50%
do mercado americano tem a líder Anheuser-Busch
(OESP)
As cervejarias SABMiller e Molson Coors Brewing anunciaram ontem a fusão de suas operações nos Estados Unidos. A joint venture, que se chamará MillerCoors, terá vendas anuais de US$ 6,6 bilhões e será a segunda maior empresa de cervejas dos EUA, atrás apenas da Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser.
A transação junta a segunda maior cervejaria do mercado americano, a SABMiller, detentora de marcas como Miller Lite, Miller Genuine Draft e Milwaukee's Best, à terceira maior, a Molson Coors, que fabrica as cervejas Coors Light, Molson Canadian e Molson Dry.
Segundo Bonnie Herzog, analista do Citigroup, o negócio será positivo para a Molson Coors e poderá acelerar uma eventual junção da Anheuser-Busch com a maior cervejaria do mundo, a belgo-brasileira InBev. Mas converterá o mercado de cerveja americano em um duopólio. A transação, por isso mesmo, ainda está sujeita à aprovação das autoridades de concorrência americanas.
'Estamos confiantes na liberação. Acreditamos que essa é uma transação pró-concorrência', disse o diretor-presidente da Molson Coors, Leo Kiely, que se tornará o diretor-presidente da joint venture. O diretor-presidente da SABMiller, Graham Mackay, disse que a nova empresa terá uma parcela de cerca de 30% do mercado americano, somando-se a parcela de 19% da SABMiller com a de 11% da Molson Coors, enquanto a Anheuser-Busch tem 50% do mercado.
Segundo Mackay, as sinergias de US$ 500 milhões decorrentes da transação virão de economias principalmente com distribuição e vendas, mas não serão fechadas nenhuma das oito fábricas das empresas nos EUA - seis da SABMiller e duas da Molson Coors.
As empresas, que vêm mantendo conversações há cerca de um ano, disseram que a expectativa é que o acordo definitivo para a transação esteja concluído no final do ano, enquanto os analistas acrescentaram que a aprovação do órgão de concorrência deve vir de seis a nove meses após essa data.
Segundo analistas há uma grande probabilidade de que a transação realmente se concretize, já que, do ponto de vista da regulação, já foi estabelecido um precedente com a Reynolds American. Em 2004, a Reynolds American comprou de uma só vez a segunda e a terceira maiores fabricantes de cigarro dos Estados Unidos para competir com a Altria, fabricante do Marlboro.
NÚMEROS
US$ 6,6 bilhões
é a receita combinada da SABMiller e Molson Coors nos EUA
US$ 500 milhões
será a economia conseguida pelas empresas com ganhos na distribuição e vendas
30%
do mercado americano terá a MillerCoors, empresa formada a partir da junção das duas operações
50%
do mercado americano tem a líder Anheuser-Busch
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Restaurante "Big Brother" é aberto na Holanda
O restaurante tem paredes de vidro, balcões em mármore negro, piso de bambu polido e caixas self-service: o usuário digita no computador o que consumiu, na hora de pagar. Enquanto isso, balanças embutidas no chão se encarregam de pesar as bandejas. Clique aqui para ler a matéria.
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