Apesar do reajuste do preço de 10% em função da alta da cotação do trigo, o setor de massas tem o que comemorar hoje no Dia Internacional do Macarrão, que cai justamente numa quinta-feira, data tradicionalmente dedicada ao consumo do prato.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), o aumento do preço, em razão da suspensão das exportações argentinas por quebra da safra de trigo, no início do ano, levou o Brasil a comprar o insumo dos Estados Unidos e do Canadá, o que gerou aumento de 10% do produto final.
Mas isso não afetou o consumo. De acordo com o presidente da Abima, Cláudio Zanão, o Brasil é, desde 2003, o terceiro maior produtor de massas do mundo. Em 2006, atingiu 1,22 milhão de toneladas em produção e teve faturamento de R$ 4 bilhões. Para 2007, a previsão é de fabricação de 1,3 milhão de toneladas e faturamento de R$ 4,6 bilhões, ou seja, deve crescer em torno de 7%.
Os últimos dados revelam que o brasileiro tem consumido, em média, 5,8 quilos de massas (entre os diversos tipos) ao ano. Em primeiro lugar está a Itália com 28 quilos por pessoa, seguida da Venezuela, com 12 quilos, e dos Estados Unidos, com cerca de 9 quilos.
O levantamento divulgado ontem pelo Instituto Latin Panel mostra que o brasileiro gasta cerca de R$ 24 ao mês com massas, biscoitos e farinha de trigo: 5% de toda a despesa com alimentos. Outra mudança de comportamento foi revelada com o aumento de 32,9% na compra de massas instantâneas que, em 2006, tiveram produção de 125 mil toneladas ante 94 mil no ano passado.
Para a Abima, "o aumento do consumo de massas se dá porque mais brasileiros estão tendo acesso à cesta básica, por meio do benefício Bolsa-Família. Acreditamos que o consumo desse produto chegue a 8 quilos por pessoa em 2008. Da cesta básica até a alta gastronomia, o macarrão é um dos únicos produtos presentes na mesa da maioria dos brasileiros", destaca Zanão.
Tributação – "O preço do trigo é um dos fatores que mais pesam no valor total do produto", explicou José dos Santos dos Reis, presidente do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de São Paulo (Simabesp-Anib). "No início de 2007, um pacote de macarrão de 500 gramas, custava R$ 1; agora é vendido por R$ 1,25".
Além disso, apesar de ser um item da cesta básica, não é isento do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), cuja tributação é de 12%. Ainda há a incidência de 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No total, há uma carga de 29% sobre o preço final do produto. "Porém, mesmo com o incremento no valor, o consumidor não deixou de levar o macarrão para a mesa." (Geriane Oliveira - foto: Leonardo Rodrigues/e-Sim - Diário do Comércio/SP)
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
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