quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Clientes comem deitados em restaurante alemão
O Bedtaste fica dentro de um barco e troca as cadeiras e mesas por camas
Nada de mesas e cadeiras. No Bedtaste (“gosto de cama”, um trocadilho com a expressão em inglês bad taste, mau gosto), restaurante alemão flutuante, as pessoas comem deitadas em confortáveis camas.
O barco navega pelo rio Rhine, na cidade de Düsseldorf, enquanto os clientes podem aproveitar refeições em um clima aconchegante e sexy, com direito a DJ tocando música eletrônica.
Nada de mesas e cadeiras. No Bedtaste (“gosto de cama”, um trocadilho com a expressão em inglês bad taste, mau gosto), restaurante alemão flutuante, as pessoas comem deitadas em confortáveis camas.
O barco navega pelo rio Rhine, na cidade de Düsseldorf, enquanto os clientes podem aproveitar refeições em um clima aconchegante e sexy, com direito a DJ tocando música eletrônica.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Manoel foi pro céu
RIO DE JANEIRO - O garçom é o melhor amigo do homem. Uma frase como essa pega até mal hoje em dia, tempo que se julga saudável. Mas, como diziam os antigos boêmios, não se faz amigo em leiteria.
Os bons garçons são testemunhas dessas amizades, confidentes, conselheiros, psicólogos, têm uma paciência monástica. São amigos.
Manoel Beserra Mota era assim. Morreu no domingo passado, aos 49 anos, de ataque cardíaco. Excesso de coração, provavelmente.
Reverenciá-lo aqui não se trata de uma questão pessoal. Para tentar entender a dor e a delícia de viver no Rio de Janeiro, é preciso conhecer a Lapa, o cruzamento de classes, gerações e sentimentos em suas esquinas.
Para conhecer a Lapa, é fundamental conhecer o Nova Capela, salão da boemia tradicional, desdobramento do antigo Capela, criado em 1923 em outro endereço e que recebia Madame Satã e demais figuras míticas do bairro.
E, para conhecer bem o Nova Capela, sempre foi necessário sentar-se nas mesas muito bem servidas por Manoel e por Cícero Rodrigues Araújo. O primeiro tinha 24 anos de casa. O segundo tem 20.
Na noite de quinta-feira, órfãos de Manoel foram dividir suas mágoas com Cícero, que continha as lágrimas ao se lembrar do amigo. Nem todos os ouvintes conseguiram fazer o mesmo.
Como no samba feito de filho para pai, naquela mesa estava faltando ele e a saudade dele doía. Mas a cerimônia do adeus não foi soturna. Seria ofensivo à alegria de Manoel.
Foi melhor lembrar de sua memória rigorosa (sabia as preferências de cada cliente) e da indiscrição divertida (dava aos presentes notícias sobre os amigos ausentes). Como disse um dos órfãos, era um garçom que recebia as pessoas com abraços. Gente assim faz falta. À Lapa, ao Rio, à humanidade.
(Por Luiz Fernando Vianna/Folha de S.Paulo 25/07/2010)
Os bons garçons são testemunhas dessas amizades, confidentes, conselheiros, psicólogos, têm uma paciência monástica. São amigos.
Manoel Beserra Mota era assim. Morreu no domingo passado, aos 49 anos, de ataque cardíaco. Excesso de coração, provavelmente.
Reverenciá-lo aqui não se trata de uma questão pessoal. Para tentar entender a dor e a delícia de viver no Rio de Janeiro, é preciso conhecer a Lapa, o cruzamento de classes, gerações e sentimentos em suas esquinas.
Para conhecer a Lapa, é fundamental conhecer o Nova Capela, salão da boemia tradicional, desdobramento do antigo Capela, criado em 1923 em outro endereço e que recebia Madame Satã e demais figuras míticas do bairro.
E, para conhecer bem o Nova Capela, sempre foi necessário sentar-se nas mesas muito bem servidas por Manoel e por Cícero Rodrigues Araújo. O primeiro tinha 24 anos de casa. O segundo tem 20.
Na noite de quinta-feira, órfãos de Manoel foram dividir suas mágoas com Cícero, que continha as lágrimas ao se lembrar do amigo. Nem todos os ouvintes conseguiram fazer o mesmo.
Como no samba feito de filho para pai, naquela mesa estava faltando ele e a saudade dele doía. Mas a cerimônia do adeus não foi soturna. Seria ofensivo à alegria de Manoel.
Foi melhor lembrar de sua memória rigorosa (sabia as preferências de cada cliente) e da indiscrição divertida (dava aos presentes notícias sobre os amigos ausentes). Como disse um dos órfãos, era um garçom que recebia as pessoas com abraços. Gente assim faz falta. À Lapa, ao Rio, à humanidade.
(Por Luiz Fernando Vianna/Folha de S.Paulo 25/07/2010)
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Nem parece cerveja
Amargas ou hiperalcoólicas, as extremas chegam para desafiar o paladar tradicional
Beba com moderação é um aviso sério para os apreciadores das cervejas extremas. Para começar, pelo teor de álcool delas. Enquanto uma cerveja pilsen comum tem por volta de 5% de gradação alcoólica, as extremas, como são conhecidas, começam em 10% e chegam a 40%.
As extremas surgiram há cerca de dez anos entre as microcervejarias artesanais nos Estados Unidos, inspiradas na variedade de ingredientes e sabores das cervejas belgas, que usam açúcares, frutas e especiarias para aumentar a densidade e complexidade da bebida.
São feitas em pequena escala e têm pouco gás, porque ele não resiste bem a essa proporção de álcool. Como a ideia é criar produtos surpreendentes e fora do comum, as cervejarias que as produzem costumam trazer novidades inusitadas. A cada ano, os produtores artesanais criam e aperfeiçoam receitas, elaborando cervejas mais fortes e complexas, muitas com até dez vezes mais lúpulo do que as versões industriais. A detentora atual do recorde de mais forte é a recém-lançada Sink The Bismarck, da cervejaria escocesa BrewDog, com estonteantes 41% de gradação alcoólica, semelhante a destilados como vodca e cachaça. A segunda mais forte é a alemã Schorschbock 40, lançada também este ano, com 40% de álcool por volume. Como é impossível obter essa proporção de álcool apenas por fermentação, a rigor essas bebidas não podem ser consideradas cervejas, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin. “São bebidas licorosas à base de cerveja, para final de refeição, como um licor ou um conhaque”, diz.
(Por Verônica Mambrini - Isto É - 12/03/10)
Beba com moderação é um aviso sério para os apreciadores das cervejas extremas. Para começar, pelo teor de álcool delas. Enquanto uma cerveja pilsen comum tem por volta de 5% de gradação alcoólica, as extremas, como são conhecidas, começam em 10% e chegam a 40%.
As extremas surgiram há cerca de dez anos entre as microcervejarias artesanais nos Estados Unidos, inspiradas na variedade de ingredientes e sabores das cervejas belgas, que usam açúcares, frutas e especiarias para aumentar a densidade e complexidade da bebida.
São feitas em pequena escala e têm pouco gás, porque ele não resiste bem a essa proporção de álcool. Como a ideia é criar produtos surpreendentes e fora do comum, as cervejarias que as produzem costumam trazer novidades inusitadas. A cada ano, os produtores artesanais criam e aperfeiçoam receitas, elaborando cervejas mais fortes e complexas, muitas com até dez vezes mais lúpulo do que as versões industriais. A detentora atual do recorde de mais forte é a recém-lançada Sink The Bismarck, da cervejaria escocesa BrewDog, com estonteantes 41% de gradação alcoólica, semelhante a destilados como vodca e cachaça. A segunda mais forte é a alemã Schorschbock 40, lançada também este ano, com 40% de álcool por volume. Como é impossível obter essa proporção de álcool apenas por fermentação, a rigor essas bebidas não podem ser consideradas cervejas, segundo a mestre cervejeira Cilene Saorin. “São bebidas licorosas à base de cerveja, para final de refeição, como um licor ou um conhaque”, diz.
(Por Verônica Mambrini - Isto É - 12/03/10)
domingo, 8 de agosto de 2010
Empresa cria tampa de silicone para garrafa de cerveja
Produto evita desperdício da bebida
Para muitas pessoas cerveja é assunto sério. Para os designers criadores da Beer Saver, além de sério, o assunto está rendendo dinheiro. Pensando em evitar o desperdício da bebida, que precisa ser consumida imediatamente após abrir a garrafa para não perder o gás e ficar com gosto desagradável, os designers desenvolverem esse novo produto, uma tampinha universal para garrafas de cerveja.
Feita de silicone, ela se ajusta aos gargalos das garrafas e mantém a bebida restante fresca e com gás, boa para ser consumida. Além disso, também são práticas e podem ser reutilizadas, basta lavar com água. As tampinhas podem ser adquiridas no site da marca por $ 8 (o equivalente a aproximadamente R$ 15) o kit com 5 unidades.
Para muitas pessoas cerveja é assunto sério. Para os designers criadores da Beer Saver, além de sério, o assunto está rendendo dinheiro. Pensando em evitar o desperdício da bebida, que precisa ser consumida imediatamente após abrir a garrafa para não perder o gás e ficar com gosto desagradável, os designers desenvolverem esse novo produto, uma tampinha universal para garrafas de cerveja.
Feita de silicone, ela se ajusta aos gargalos das garrafas e mantém a bebida restante fresca e com gás, boa para ser consumida. Além disso, também são práticas e podem ser reutilizadas, basta lavar com água. As tampinhas podem ser adquiridas no site da marca por $ 8 (o equivalente a aproximadamente R$ 15) o kit com 5 unidades.
domingo, 1 de agosto de 2010
Rio Grande do Sul vive boom de cervejas caseiras e artesanais
Encontro mensal com especialistas e abertura de fábricas movimentam mercado gaúcho
Desde 1995, o Estado assistiu ao surgimento de 28 microcervejarias; existem ainda 250produtores caseiros
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
Uma vez por mês, Sady Homrich, baterista da banda de rock Nenhum de Nós, comanda um "talk show", em um centro cultural de Porto Alegre, que só fala de cerveja.
Diante de uma plateia com copos na mão, Sady entrevista mestres cervejeiros e fabricantes sobre fermentação, origem dos ingredientes e detalhes que tornam a cerveja artesanal uma verdadeira febre em Porto Alegre.
O público do "Extra-Malte" espelha o crescimento dos negócios e, com eles, o resgate de uma tradição cultural em uma região marcada pela imigração alemã.
Em 1995, foi aberta a primeira microcervejaria no Estado. Hoje, há 250 cervejeiros caseiros e 28 microcervejarias em atividade. O boom ocorreu nos últimos cinco anos, segundo a Acerva Gaúcha (Associação dos Cervejeiros Artesanais do RS).
No Brasil, as cervejas artesanais responderam por 1% dos 10,9 bilhões de litros consumidos no ano passado. Em países como os EUA, a fatia chega a 5%.
O crescimento econômico e o aumento do poder aquisitivo da população tornaram o ambiente propício para empreendedores como Glauco Caon, 36, sociólogo. Ele e o irmão, o publicitário Guilherme, começaram a fazer cerveja na garagem de casa em 2007 para consumo próprio.
"A primeira cerveja que tiramos era a pior coisa que eu tinha experimentado. A gente estudou muito com livros e bateu cabeça até que começou a fazer cervejas de qualidade conseguindo repetir o processo e a receita", conta Caon, que fabrica a Anner.
No ano passado, a produção caseira atingiu seu pico de 200 litros mensais. Glauco abandonou o estudo de golfinhos e baleias para se dedicar integralmente à cerveja.
Os irmãos arrendaram equipamentos de uma microcervejaria. Após investirem R$ 7.000, a produção deve atingir 1.800 litros por mês.
A caçula do mercado é a Heilige, de Santa Cruz do Sul (150 km de Porto Alegre).
Inaugurada em abril, a microcervejaria consumiu investimento de R$ 2 milhões e produz mensalmente 8.000 litros. A produção vai saltar a 22 mil litros quando o verão chegar, projeta um dos donos, Rodrigo Jung, 29.
(Folha de S.Paulo 13/06/2010)
Desde 1995, o Estado assistiu ao surgimento de 28 microcervejarias; existem ainda 250produtores caseiros
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
Uma vez por mês, Sady Homrich, baterista da banda de rock Nenhum de Nós, comanda um "talk show", em um centro cultural de Porto Alegre, que só fala de cerveja.
Diante de uma plateia com copos na mão, Sady entrevista mestres cervejeiros e fabricantes sobre fermentação, origem dos ingredientes e detalhes que tornam a cerveja artesanal uma verdadeira febre em Porto Alegre.
O público do "Extra-Malte" espelha o crescimento dos negócios e, com eles, o resgate de uma tradição cultural em uma região marcada pela imigração alemã.
Em 1995, foi aberta a primeira microcervejaria no Estado. Hoje, há 250 cervejeiros caseiros e 28 microcervejarias em atividade. O boom ocorreu nos últimos cinco anos, segundo a Acerva Gaúcha (Associação dos Cervejeiros Artesanais do RS).
No Brasil, as cervejas artesanais responderam por 1% dos 10,9 bilhões de litros consumidos no ano passado. Em países como os EUA, a fatia chega a 5%.
O crescimento econômico e o aumento do poder aquisitivo da população tornaram o ambiente propício para empreendedores como Glauco Caon, 36, sociólogo. Ele e o irmão, o publicitário Guilherme, começaram a fazer cerveja na garagem de casa em 2007 para consumo próprio.
"A primeira cerveja que tiramos era a pior coisa que eu tinha experimentado. A gente estudou muito com livros e bateu cabeça até que começou a fazer cervejas de qualidade conseguindo repetir o processo e a receita", conta Caon, que fabrica a Anner.
No ano passado, a produção caseira atingiu seu pico de 200 litros mensais. Glauco abandonou o estudo de golfinhos e baleias para se dedicar integralmente à cerveja.
Os irmãos arrendaram equipamentos de uma microcervejaria. Após investirem R$ 7.000, a produção deve atingir 1.800 litros por mês.
A caçula do mercado é a Heilige, de Santa Cruz do Sul (150 km de Porto Alegre).
Inaugurada em abril, a microcervejaria consumiu investimento de R$ 2 milhões e produz mensalmente 8.000 litros. A produção vai saltar a 22 mil litros quando o verão chegar, projeta um dos donos, Rodrigo Jung, 29.
(Folha de S.Paulo 13/06/2010)
Assinar:
Postagens (Atom)