quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Marinar carnes em cerveja ou em vinho reduz carcinógenos

Um novo estudo da Universidade do Porto (Portugal) mostra que marinar carne em cerveja ou vinho tinto antes de cozinhá-la diminui níveis de AHC (aminas heterocíclicas), substâncias potencialmente cancerígenas.
A pesquisa avaliou o efeito dessas bebidas em filés bovinos preparados em panela antiaderente sem óleo.
Marinar a carne por seis horas diminuiu os níveis de dois tipos de AHC em até 90% em comparação a um filé não-marinado. "A lógica diz que o efeito será o mesmo em outras carnes. Escolhemos a carne bovina porque forma mais aminas", disse à Folha Isabel Ferreira, responsável pelo estudo.
A cerveja foi mais eficiente para baixar as taxas de um terceiro tipo de AHC.
Outras preparações também podem levar à formação dessas substâncias, dependendo da temperatura. A engenheira de alimentos Priscila Becker Siqueira diz que os compostos são formados principalmente quando a carne entra em contato com chama e fumaça, o que ocorre na preparação de um churrasco, por exemplo. (JS)
(Folha de S.Paulo/03.01.09)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Kacio/Correio Braziliense

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Consumidor paga mais caro pelas bebidas neste ano

Beber, seja suco ou cerveja, ficou bem mais caro este ano. Todas as categorias de bebidas - com exceção de água mineral e isotônicos - tiveram aumento acima da inflação este ano, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de janeiro até o final do mês passado.

Enquanto a inflação do período ficou em 5,99%, vinhos e chope subiram 15,80% e 12,42% respectivamente. Uísque e vodca ficaram 12,23% e 11,46% mais caros. Os sucos de fruta tiveram alta de 8,81% e as cervejas, de 6,19%. Já os refrigerantes estão custando em média 6,56% a mais. E, segundo executivos ouvidos pelo Valor, tanto em dezembro quanto nos primeiros meses de 2009, os preços podem continuar subindo.


"Antes de fevereiro teremos de aumentar os produtos em mais 6%", diz Luís Eduardo Figueiredo, diretor comercial da sucos Jandaia. Ele explica que várias frutas tiveram safra abaixo do esperado, como é o caso do caju - sabor que corresponde a 75%do mercado de concentrados. "A produção de caju este ano está até 40% abaixo do esperado. Além disso, os custos logísticos subiram entre 12% e 15% e o custo de transporte representa de 8% a 10% do preço final do produto", explica.

As cervejas, por sua vez, estão aumentando ainda mais de preço esta semana. A AmBev, que tem 67% do mercado, anunciou reajuste para os supermercados de 5,4%. "Quando a AmBev sobe, depois as outras marcas acabam aumentando preços também", diz Emílio Bueno, presidente da Rede Econ, com mais de 30 lojas em São Paulo.

A Femsa, dona das marcas Sol e Kaiser, informa que não tem reajustes planejados. "Houve sim uma mudança de custos neste ano. Mas o preço das matérias primas caiu na mesma proporção em que o dólar subiu, compensando um pelo outro", diz Paulo Macedo, diretor de relações externas Mercosul da companhia. "O aumento que houve no mercado este ano foi mais preventivo. A indústria está tentando se prevenir no caso de uma alta dos insumos que não houve até agora", afirma. A Femsa, segundo ele, aplicou um aumento diluído durante o ano para repassar "apenas a inflação do ano passado", que ficou em 4,38% segundo a Fipe.

Em 2009, entretanto, as cervejarias deverão importar mais malte que o normal, devido à má qualidade da safra de cevada, de acordo com Euclydes Minella, pesquisador e especialista em cevada da Embrapa Trigo, de Passo Fundo (RS). "Elas terão que aumentar seu gasto em dólar", diz.

Mesmo assim, Macedo, da Femsa, diz que o reajuste da cerveja não se justifica. "A indústria faz contratos de compra de um ano, dois anos e de até cinco anos. Variações cambiais não têm reflexo imediato nos custos como muitos pensam."

No caso de bebidas mais finas, como vinhos e destilados, o aumento tem, sim, a ver com o dólar pois boa parte desses produtos é importada. Alguns fabricantes, como a britânica Diageo, líder global no segmento de bebidas alcoólicas premium, tentam trabalhar com uma cotação menor da moeda americana que a praticada pelo mercado. A companhia divulgou esta semana que está trabalhando com o dólar a R$ 1,80, em uma tentativa de não assustar os consumidores neste final de ano.

Já a tradicional cachaça, que ficou 14,01% mais cara para o consumidor, sofreu impacto do novo regime tributário adotado no estado de São Paulo, segundo Cesar Rosa, presidente da Tatuzinho e também presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). "Já era previsto que o produto iria subir com a substituição tributária. É reflexo da sonegação que existia."
(Lílian Cunha/Valor Econômico)